Se essa foi estratégia, há um risco concreto de que ela fracasse. O motivo: segundo reportagem de capa da revista Veja, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, homologou a delação premiada de Felipe Parente, empresário cearense, amigo da família Machado, que seria o "homem da mala" do PMDB.
De acordo com suas acusações, ele entregaria propinas para o senadores Jader Barbalho (PMDB-PA), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Romero Jucá (PMDB-RR), para o ex-presidente José Sarney (PMDB-MA), e para o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Na capa, Veja estampa a imagem de Renan e diz ser chegada a hora de abater o terceiro nome da linha sucessória, depois das quedas de Dilma Rousseff e do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Ouvido pela revista, Renan nega as acusações. "Não conheço a pessoa mencionada nem sei de quem se trata. A chance de achar qualquer impropriedade em minhas contas – eleitorais ou pessoais – é zero. Nunca autorizei ou credenciei quem quer que seja a falar em meu nome", afirmou Renan, por meio de nota.
O fato é que se houver uma nova ofensiva da Lava Jato, direcionada ao PMDB, especialmente à cúpula do partido no Senado, a agenda legislativa do governo Michel Temer poderá subir no telhado. O apoio de Renan é fundamental para a aprovação de medidas como a PEC 341, que impõe um teto sobre gastos públicos, para a repatriação de recursos e para a abertura do pré-sal.
Caberá a Temer, agora, provar ser capaz de cumprir a promessa feita aos caciques do PMDB, que é "estancar essa sangria".
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