Translate

segunda-feira, 20 de março de 2017

Gol do delegado: Brasil não vende mais carne


Chile, Coréia, China e União Européia, por enquanto

Meme.jpg
A Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investiga um esquema de corrupção na fiscalização de frigoríficos, já repercute no comércio exterior.
O Ministério da Agricultura do Chile anunciou nesta segunda-feira (20) que está barrando temporariamente importações de carne do Brasil após o escândalo.
A decisão ocorre após a Coreia do Sul intensificar as fiscalizações de carne de frango importada do Brasil e banir temporariamente as vendas de produtos de frango da BRF, maior produtora de carne de frango do mundo. A BRF diz que não foi notificada da decisão.
Além disso, a Comissão Europeia disse nesta segunda-feira (20) que está monitorando as importações de carne do Brasil e que todas as empresas envolvidas na Operação Carne Fraca podem ter acesso negado ao mercado da União Europeia.
A China também confirmou que suspendeu temporariamente as importações de carne brasileira desde domingo (19).

: Carne fraca foi crime de lesa-pátria e mídia foi criminosa


Escrito por 
 
Carne Fraca’: governo e mídia são peças deste churrasco de reputações
Além de queda, coice.
A patacoada armada pela assessoria presidencial e pelo cerimonial do Palácio do Planalto, levando a uma churrascaria que serve preferencialmente cortes argentinos, uruguaios e australianos, o próprio chefe, Michel Temer, e os embaixadores de países e blocos econômicos que se dispuseram a ouvir as primeiras ponderações do governo sobre a “Operação Carne Fraca” dá uma medida do despreparo palaciano para atravessar esse rubicão em que a equipe se meteu.
Havia carne brasileira na cozinha do tal “Steak Bull”, mas como não se fez DNA nem rastreamento dos nacos de picanha e maminha servidos à mesa, seria preciso incorporar o espírito da velhinha de Taubaté para crer que toda a carne servida no jantar para os embaixadores era procedente de rebanhos nacionais, como afirmou comunicado oficial.
Jantar que precisa ser explicado não é começo de solução: é crise.
É possível dimensionar, a partir de atos detonadores da operação Carne Fraca, deflagrada na última sexta-feira, a irresponsabilidade de integrantes de uma cadeia de comando brasileira abrigada dentro de três carreiras de Estado: a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário. A unir todos esses protagonistas no roteiro do pastelão uma atuação catatônica do Ministério da Justiça e de seu plantonista atual, Osmar Serraglio.
A união da inépcia governamental com a inapetência para com os altos negócios de Estado pôs em risco US$ 15 bilhões anuais em exportações, tornou inseguros os empregos de cerca de 2,5 milhões de trabalhadores diretamente envolvidos na cadeia produtiva agropecuária e produziu um retrocesso de pelo menos 15 anos em nossa agenda de exportações –prazo decorrido para que o Brasil reconstruísse no mundo a credibilidade em seus produtos e abrisse novos mercados, como o chinês e o norte-americano.
Traficâncias de barnabés de quinta categoria, como o responsável pelo Ministério da Agricultura no Paraná chamado de “Grande Chefe” pelo ministro da Justiça, um político paroquial do calibre de Osmar Serraglio, ruralista-causídico, foram empasteladas a erros de outra natureza cometidos por unidades produtivas de gigantes do setor como JBS e BRF. O executivo de um deles, ligado à área de relações institucionais, desenvolveu relações impróprias com o encarregado do departamento de fiscalização do Ministério da Agricultura, é verdade. Mas isso não afetava a atividade-fim.
Durante dois anos, com autorização judicial, policiais federais monitoraram frigoríficos no interior do país e flagraram comportamentos abjetos que puseram em risco a saúde de consumidores – e não agiram no ato: permitiram que produtos adulterados e estragados, incompatíveis com as normas de consumo no Brasil, chegassem às gôndolas de supermercados ou se destinassem à venda por atacado. Isso não é prevaricação? Em nome de que ou de quem foram reunindo essas transgressões, nenhuma delas cometidas pelas grandes marcas, sem realizar autuações em nome da saúde pública?
Juntar alhos e bugalhos é usar o rol de doações de campanha de JBS e BRF, que o fizeram em larga escala, ao enredo de tragédia redigido nas coxas por delegados federais. Misturar os recursos direcionados a partidos e candidatos com as investigações de crimes sanitários, divulgando tudo num texto só e unindo capítulos transformou a tragédia numa comédia –mas de má lavra, de autoria ridícula e claramente arrivista.
Dados oficiais dão conta que em 2016 foram 853 mil partidas de produtos de origem animais e apenas 184 foram consideradas fora da conformidade. Ou seja, acreditando-se que o sistema de fiscalização de exportações não esteja carcomido por vermes, bactérias e amebas (e eu confio de fato que não está), é uma proporção compatível com a normalidade. Das 4.837 unidades sujeitas à inspeção federal, apenas 21 estiveram envolvidas em irregularidades segundo as investigações da operação Carne Fraca. Dessas 21, apenas 6 exportaram nos últimos 60 dias. São números eloquentes a assinalar: houve um injustificável exagero na forma como o assunto foi detonado na mídia. Não se condenou apenas os frigoríficos que agiam à margem da lei e das regras sanitárias. Comprometeu-se, de forma criminosa, toda a operação de uma sofisticada cadeia produtiva nacional que crescia ano a ano e ganhava tônus no exterior. Um crime de lesa-pátria.
Difícil dizer, a uma altura dessas, como fazer a equipe palaciana evitar novos erros nos próximos passos. Contudo, dá para apontar uma medida emergencial capaz de aplacar os ânimos lá fora: oferecer numa bandeja a cabeça do Ministro da Justiça, o ruralista a quem caberia ter algum comando sobre a Polícia Federal – não para impedir-lhe investigações contra si, mas para cobrar de seus subordinados maior responsabilidades para com os negócios de Estado.
Ao chamar de “Grande Chefe” um dos principais investigados na “Operação Carne Fraca” e ter lutado pela manutenção dele no cargo, no Paraná, quando o governo anterior ia demiti-lo, Serraglio é a melhor peça de ossobuco (sem tutano, claro) que Temer pode oferecer neste momento aos embaixadores de países compradores de nossa carne. Poderá deixar a sensação de ser apenas uma carne de segunda, porém engana o apetite da matilha e teremos certeza de ser tratar de carne 100% nacional.
––
Um registro para dialogar com o artigo da última sexta-feira: a ida de Lula a Monteiro (PB) inaugurar novamente a transposição do rio São Francisco transformou, de fato, a cidade do Cariri paraibano na São Borja (RS) do lulismo. Já ecoam os gritos do novo “queremismo” brasileiro. E a onda vai crescer.
Luís Costa Pinto, 48, é jornalista. Graduou-se na UFPE em 1990. Começou no jornalismo em 1988 no Jornal do Commercio do Recife. Trabalhou em redações de “Veja” (1990-96), “O Globo” (1997-98), “Folha de S.Paulo” (1997-98), “Época” (1998-2001) e “Correio Braziliense” (2001-02). Atuou como repórter especial, editor, chefe de sucursal no Recife e em Brasília e editor-executivo. Em 1992 recebeu os prêmios Líbero Badaró e Esso de Jornalismo por reportagens como “Tentáculos de PC”, “Pedro Collor Conta Tudo” e a cobertura do “Caso PC”. Em 1993 recebeu, junto com o jornalista Luciano Suassuna, o prêmio Jabuti de melhor livro-reportagem por “Os Fantasmas da Casa da Dinda” (Ed. Contexto). Desde agosto de 2002 é sócio da consultoria Idéias, Fatos e Texto, empresa especializada em consultoria de comunicação, análise de cenários e marketing político. De 2013 a 2016 foi também vice-presidente do Grupo PPG (holding de agências de publicidade e live marketing).”

A corrida eleitoral começou no sertão da Paraíba



Ricardo Stuckert, o fotógrafo oficial do Instituto Lula voltou do sertão paraibano com um repertório lindo de imagens. Uma multidão de gente vestida de vermelho. Luiz Inácio Lula da Silva usando um chapéu de vaqueiro para aspergir água nas pessoas. Gente mergulhando e nadando nos reservatórios. Lula transformando o pó em água. De novo, o imaginário de São Lula. De novo, o imaginário do Pai dos Pobres. No dia 19 de março, no meio da caatinga sertaneja, começou a corrida eleitoral de 2018.
No caso do fim de semana, a impressão que fica é de uma certa legitimização pela população sobre quem ela considera realmente a responsável pela chegada da água, com a transposição do São Francisco. Na verdade, algo justo. De fato, esse foi um projeto levado adiante por Lula no início do seu primeiro mandato. Um projeto que começa a se completar agora. Sempre será possível questionar por que atrasou e demorou tanto. E é bem possível que uma apuração mais detalhada sobre as razões dessa demora acabe depois provocando certos questionamentos e desconfortos.Sempre se soube que qualquer reação petista teria de começar pelo Nordeste. Ali, sempre foi menor que nas demais regiões a construção do sentimento contra o PT que veio das denúncias da Operação Lava-Jato, do noticiário sobre as pedaladas que derrubou Dilma Rousseff e do agravamento da crise econômica que Dilma ignorou na sua campanha de reeleição e depois não conseguiu contornar. No Nordeste, onde está a maioria dos beneficiários dos programas sociais reunidos no Bolsa-Família, é menor o impacto de tudo isso, ainda que ele também exista. O retrato da divisão Sul/Norte que as urnas das últimas eleições presidenciais mostraram permanece.
Também é possível que mais à frente a briga pela paternidade da transposição do São Francisco se inverta. Se a água chega no sertão, por diversos erros ela falta na sua origem. Projetos de irrigação equivocados, assoreamentos, etc. Sempre se questionou que o projeto não levava em conta que o São Francisco está secando. Se a água é menor no seu leito original, será que ela dará para os novos consumidores que passarão a se beneficiar dela? Se houver no futuro um dano ambiental mais grave, quem assumirá realmente como pai da criança?
Neste momento, no entanto, a massa que apareceu na cidade de Monteiro parece creditar a Lula a chegada da água. Ficou claro ali que o principal líder do PT ainda reúne suas velhas capacidades de arregimentar gente ao seu lado. Após o evento, seus aliados já discutiam nesta segunda-feira (20) uma estratégia de realizar outros eventos parecidos.
Lula vai às ruas. E esses comícios começarão a movimentar o cenário eleitoral. Deverá mover seus adversários no mesmo sentido. O que pode impedí-lo? Um entendimento do Supremo Tribunal Federal de que não possa ser candidato por ser réu. A estratégia petista é colocar Lula nas ruas – se ele conseguir reunir multidões – a gerar uma pressão popular contra esse entendimento. Um entendimento que, dada a altura da lama gerada pela Lava-Jato e afins, não atinge somente a ele. Há outros aspirantes ao cargo de presidente na mesma situação.
O jogo começou…

TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO: ÁGUA PARA QUEM TEM SEDE DE TUDO

E TEMER CONSEGUIU DESMORALIZAR O BRASIL

PRESIDENTE DA JBS NOS EUA DENUNCIA CRIME CONTRA O BRASIL NA AÇÃO DA PF

sábado, 18 de março de 2017

Pode o atual Congresso – golpista e corrupto – aprovar reforma política?



Há uma virtude e um vício na sugestão da presidente do STF, ministra Cárnen Lúcia, de que a reforma política seja submetida a um referendo, colocando em prática as formas de democracia semi-direta previstas no artigo 14 de nossa Constituição, o referendo e o plebiscito. A sugestão foi feita em entrevista a Jorge Bastos Moreno na CBN.  A virtude está na lembrança de que, depois do apodrecimento do sistema atual, as novas regras de funcionamento da democracia exigem a aprovação popular. A não ser que fossem aprovadas por uma Constituinte livremente eleita e soberana,  com poderes para uma repactuação constitucional.  O vício está no fato de que Cármem Lúcia admite que a reforma poderia ser aprovada pelo atual Congresso, para ser depois submetida ao referendo. 
No ponto em que chegamos, a população não depositará confiança em nada do que venha do atual Congresso, que golpeou a democracia ao forçar as aparências de um impeachment para derrubar a presidente eleita, e que tem na sua composição boa penca de senadores e deputados notoriamente corruptos. Tanto é  que alguns já são réus, outros já foram denunciados ou  estão sendo investigados e outros mais estão na segunda lista de Janot, que contra eles pede a abertura de inquéritos.  A deslegitimação  popular das medidas tomadas pelo atual Congresso – ainda que ele tenha legitimidade formal  - atinge tanto a reforma política – esta que Michel Temer, Gilmar Mendes e líderes do Congresso discutiram esta semana (e que serviria de biombo para uma anistia ao caixa dois, livrando a cara dos delatados) – como as reformas suprimidoras de direitos constitucionais, como a previdenciária e a trabalhista.  As manifestações do dia 15 foram só o começo das manifestações de repulsa.
Há outros problemas na proposta da ministra Cármem. Haveria tempo para submeter ao referendo – de forma que suas regras já valessem para as  eleições de 2018 - uma reforma política feita pelo atual Congresso? Falo de uma reforma que mexa nos pilares do sistema, e não apenas no financiamento de campanhas. De uma reforma que enfrente o problema do sistema eleitoral proporcional atual (pelo qual votamos em Chiquinho e elegemos Francisquinho), que suprima as coligações proporcionais, que estabeleça mecanismos para conter ou reduzir a fragmentação partidária, enfim, que torne o país mais governável e não refém do presidencialismo de coalisões artificiais, que está na origem de boa parte dos descaminhos de nossa democracia.  Sabemos todos que não há tempo para isso. Antes de outubro, teria que acontecer o milagre da multiplicação do tempo, para que nestes poucos meses fosse possível aprovar as emendas e projetos da reforma política nas duas Casas do Congresso, para que fossem promulgadas e para que o pleito do referendo fosse realizado. Definitivamente impossível.
Então, manda o bom senso que paremos com fingimentos e enfrentemos a seguinte situação. O que dá para resolver antes de outubro é apenas a questão do financiamento, e mantendo a proibição das doações empresariais já determinada pelo STF.  Ninguém ousaria propor o seu retorno agora, a não ser em estado de insanidade. Trate-se, pois, de como seriam as doações depessoas físicas e da divisão do bolo do fundo partidário público.
A reforma propriamente, que é necessária e imperiosa, terá que ficar para o futuro Congresso. Mas  podemos aproveitar a sugestão da ministra para ampliar a participação popular na reconstrução do sistema político. Talvez, por exemplo, submetendo algumas escolhas a plebiscito, na cédula da eleição do ano que vem. Algumas questões importantes,  como o voto em lista e o financiamento exclusivamente público, para que sejam implantados com absoluta legitimidade. Já seria uma vacina e tanto contra as infecções que debilitaram o sistema.

TCU: presidente e filho de ministro na lista de Janot

TCU: presidente e filho de ministro na lista de Janot

Raimundo Carreiro, presidente do TCU
Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz é suspeito de receber R$ 1 milhão da Odebrecht
ÉPOCA – Diego Escosteguy - Coluna Expresso
Na lista que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedidos de investigação no âmbito da Operação Lava Jato nesta semana, há requerimentos de inquéritos contra integrantes do Tribunal de Contas da União (TCU).
Num deles estão o presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, e o advogado Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz, que esteve à frente do Tribunal por dois anos, antes de Carreiro.
Em outro pedido, o alvo é o ministro Vital do Rêgo.
Tiago é suspeito de receber R$ 1 milhão para resolver dificuldades da Odebrecht no Tribunal, relativas a obras na usina nuclear de Angra 3

Dilma mostra notas e sepulta ideia de ‘separar’ Temer da chapa

POR  · 

presta
Os advogados de Dilma Rousseff protocolaram ontem à noite no Tribunal Superior Eleitoral  documentos que derrubam a versão de que Temer teria arrecadado à parte os recursos financeiros para a campanha da reeleição de Dilma e que o dinheiro da chapa não pagou suas atividades como candidato.
Foram juntados os recibos de pagamento de assessores de Temer, no valor de R$ 584 mil,  de gastos com transpor aéreo – dele e de sua equipe – de R$ 2 milhões , com eventos dos quais só ele participou e gastos de  publicidade determinados por ele, que incluíam candidatos do PMDB, inclusive de serviços prestados pelo marqueteiro João Santana.
Como se não bastasse, entregaram o documento que  formaliza a prestação de contas da chapa, com o devido jamegão de Michel Temer, o que o ilustre professor de Direito sabe que atesta sua responsabilidade sobre as contas que se apresentem.
Portanto, se o TSE quiser cassar Dilma, não tem outro jeito, tem de levar Michel Temer junto.
É bom prestar atenção no que diz hoje Jorge Bastos Moreno, na sua coluna em o Globo – que o Conversa Afiada reproduz –  sobre Gilmar Mendes estar “de olho em outra coisa”.
No futebol, o jogo rápido ficou conhecido pela expressão “toco y me voy”. No neodireito brasileiro, quem sabe, fica conhecida por “casso e me faço”

A pirotecnia dos investigadores e a desfaçatez dos investigados


Osmar Serraglio
Curitiba parece nao querer mesmo sair do mapa midiático, e aproveitou para comemorar os três anos da Lava Jato, hoje, com uma super-mega-power operação, a maior da PF em toda a sua história, contra grandes frigoríficos do país, que teriam pago propina a fiscais do Ministério da Agricultura para fazer vista grossa à venda de carne deteriorada.
É aí que a coisa pega, nas precipitações que podem levar a informações  que não se confirmam, jogando tudo e todos na mesma vala e produzindo danos às vezes irreparáveis em reputações de pessoas e empresas. O nome do ministro da Justiça, Osmar Serraglio, por exemplo, começou a rolar desde cedo nos onlines como suspeito da Carne Fraca por ter sido grampeado em conversa com um dos acusados, a quem chamou de “grande chefe”. A investigação, porém, nada apurou contra ele, segundo delegados e procuradores, que explicaram que ele não é investigado no caso.É revoltante saber que estamos consumindo carne podre, misturada com papelão e produtos químicos. Quem faz isso merece cadeia, e ponto final. Não há o que discutir quanto ao mérito da operação. Mas também não há como não notar, mais uma vez, certa movimentação pirotécnica dos investigadores da Carne Fraca, que estão sob a jurisdição de um colega do também paranaense Sergio Moro, o juiz federal Marcos Josegrei.
Da mesma forma, os investigadores informam que o dinheiro da propina dos fiscais agropecuários ia, em parte, para o PMDB e para o PP. É totalmente lógico e provável que isso tenha acontecido, para quem conhece esses partidos. Mas eles não sabem, ou não dizem, quem recebeu o dinheiro, como e nem quanto. Com isso, estão todos os ex-ministros – a maioria do PMDB – e dirigentes do Ministério da Agricultura nos últimos anos sob suspeita. É justo?
Certamente não, assim como não são também justos os vazamentos diários e seletivos que jogam na mídia nomes da Lista de Janot – cujo sigilo agora está sob a guarda  do STF -, juntos e misturados, sem dizer do quê estão sendo acusados. Como se sabe, entre os crimes listados há desde caixa 2 em sua modalidade mais simples até corrupção pesada.
Do outro lado do balcão, o dos investigados, a reação causa perplexidade e pode acabar por dar razão aos exageros dos juízes e procuradores que prendem antes e perfuntam depois. Em Brasília, investigados e investigadores do primeiro escalão da República se reúnem diariamente para tramar saídas para garantir a sobrevivência dos acusados na Lava Jato. Eles próprios vêm a público defender uma reforma política a toque de caixa, instituindo soluções polêmicas, como o financiamento público das campanhas e a eleição em lista fechada para deputados, com o claro objetivo se salvar a própria pele.
Acusados e julgadores confraternizam, ministros palacianos incluídos na Lista de Janot agem como se nada estivesse acontecendo, o Congresso trama anistias para caixas 1,2 e 3 e a vida segue.
Entre a sanha pirotécnica de uns e a desfaçatez de outros, está o cidadão perplexo ea cada dia mais descrente nas instituições e em seus representantes. Nitroglicerina pura.

domingo, 12 de março de 2017

Caixa abre mais cedo nesta segunda-feira para saques do FGTS



Agência Brasil
Ao todo, 4,8 milhões de trabalhadores nascidos em janeiro e fevereiro têm direto a sacar o saldo / Foto: Agência Brasil
Ao todo, 4,8 milhões de trabalhadores nascidos em janeiro e fevereiro têm direto a sacar o saldoFoto: Agência Brasil

Nesta segunda (13) e terça-feira (14), todas as agências Caixa Econômica federal abrirão duas horas antes, ou seja, às 9h, para fazer o atendimento sobre contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Ao todo, 4,8 milhões de trabalhadores nascidos em janeiro e fevereiro têm direto a sacar o saldo.

Segundo a Caixa, no primeiro dia de saques das contas inativas do FGTS, na sexta-feira (10), 1, 4 milhões de trabalhadores sacaram R$ 1,8 bilhão, seja em agências, caixas eletrônicos ou lotéricas. Outros R$ 2 bilhões foram depositados automaticamente nas contas de quem é cliente do banco.

Neste sábado (11), a Caixa abriu 1.841 agências em todo o Brasil, das 9h às 15h, para atender somente questões relacionadas às contas inativas do FGTS.

Pode sacar a quantia parada em contas inativas quem teve contratos de trabalho encerrados até 31 de dezembro de 2015. Desde sexta-feira, têm acesso aos recursos somente aqueles que nasceram em janeiro e fevereiro.

Calendário de saque


De acordo com o calendário divulgado pelo governo, será liberado o dinheiro dos nascidos em março, abril e maio a partir de 10 de abril. Em 12 de maio, é a vez de quem nasceu em junho, julho e agosto. Os aniversariantes de setembro, outubro e novembro poderão sacar os valores a que têm direito a partir de 16 de junho. Por fim, a partir de julho será liberado o dinheiro dos nascidos em dezembro.

No total, há 49,6 milhões de contas inativas aptas a ter os valores liberados. A expectativa do governo é que, ao resgatar o dinheiro parado, os trabalhadores injetem mais de R$ 30 bilhões na economia.

DEPUTADO GAÚCHO ABRE MÃO DE 'APOSENTADORIA ESPECIAL' E FAZ OPÇÃO PELO INSS


PARA GOERGEN, A REFORMA DA PREVIDÊNCIA TEM QUE VALER PARA TODOS


  •  
  •  
  •