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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O golpe é… declínio do salário mínimo


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O Congresso tinha aprovado no Orçamento de 2017 salário mínimo de R$ 945,80, no entanto, o ilegítimo Michel Temer o reajustou para R$ 937,00. Portanto, R$ 8,80 menos do que o previsto.
O salário mínimo é reajustado pela variação da inflação medida pelo INPC no ano anterior a sua vigência, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
O poder de compra dos trabalhadores entra em declínio pela primeira vez desde o Plano Real e a ascensão do PT ao governo em 2003. Isso é fruto do golpe de Estado capitaneado por Temer e seus aliados da banca financeira.
Note o caro leitor que o reajuste a partir de 1º de janeiro será de apenas 6,47% contra o índice de inflação medido pelo IPCA de 6,99% (acumulado até o mês de novembro).
Ou seja, também pela primeira vez o reajuste ficará abaixo da reposição inflacionária em mais de 20 anos, o que se projeta, desde já, brusca queda no poder de compra da classe laborial e, consequentemente, aumento da recessão (restrição do consumo a poucos felizardos).
Abaixo, o gráfico do Blog Achados Econômicos mostra a evolução do salário mínimo nominal e como ele estaria de fosse reajustado pelo índice oficial de preços a cada ano (como pretende Temer):
Como já foi dito antes, a redução nos salários e a explosão de desempregados não são frutos apenas de “incompetência”. São políticas friamente planejadas no ar condicionado do Palácio do Planalto, pois os rentistas já previam o aumento exponencial do “estoque de mão de obra” visando regular — para baixo — o preço dos salários e a inflação com a redução de consumo.
Portanto, a obra golpista completa-se com três importantes eixos calcados no neoliberalismo: 1- subproletarização (trabalho temporário, terceirizado, parcial e precarizado); 2- fim do Estado Social (reforma da Constituição para pôr termo ao Estado de Direito e à realização democrática, vide a PEC 55 e o fim da aposentadoria) ; e 3- extermínio do Estado Econômico (privatizações de ativos tais como petróleo e desregulação da economia em prol do deus mercado).

Porque o “pensamento positivo” de Temer é uma tolice perversa


globodesemp
A angústia de um blogueiro de politica e economia, cuja tarefa é selecionar e contextualizar os fatos mais relevantes para os que o leem, toda manhã, é ver se cumpriu esta missão e não deixou de fora aquilo que está nos jornais e é importante.
É obra de cansaço e risco, até porque, nestes tempos, temos um governante que decide de manhã e recua da decisão à noite – se é que vai tão longe.
Ontem, o ocupante da Presidência pediu “pensamento positivo” e, há uma semana, disse que 2017 será “o ano em que vencemos a crise”.
Admita-se, por generosidade, que Sua Excelência não esteja, como transpira dele, sendo cínico, falso e supérfluo. Que não queira explicar o fracasso presente e use, para isso, um “tudo, tudo vai dar pé”.
Aí você vê a manchete de hoje de O Globo, com previsões ao inverso, mas com a reafirmação da “fé” de que, no segundo semestre, as coisas melhoram.
E você se pergunta: isso é um duelo de desejos, uma confronto de simples expectativas e é neste campo que se decidirá a sorte dos brasileiros. É com “wishful thinking” que se terá sucesso, como nos mais medíocres livros de autoajuda ou, ao reverso, é com pessimismo que a desgraça profetizada se realizará?
Em economia, claro, expectativas são uma das variáveis, porque implicam em tomada de decisões: investir ou não, comprar ou não o que não é o essencial apenas, apostar na melhora e contrair dívidas que uma atividade mais intensa permitirá que sejam pagas ou fugir delas, porque amanhã será pior.
Não é preciso ser economista para sentir isso e agir conforme a percepção.
Mas economia não é apenas futurologia, premonição, “insight”.
Daí em diante, o critério deve ser o do Chico Buarque, nos versos de Fortaleza: A minha tristeza não é feita de angústias/A minha surpresa é só feita de fatos/De sangue nos olhos e lama nos sapatos.
Decisões econômicas, como todas as decisões voluntárias, são decisões baseadas em conveniência, oportunidade e capacidade.
É conveniente investir em atividades que reproduzam o capital? Sim, mas qual? É oportuno fazer isso aqui ou ali, agora o depois? E, finalmente: “sou capaz de fazê-lo, tenho essa disponibilidade financeira, material, de conhecimento e de gestão?”
Porque a resposta a estas perguntas é que decidirá se, como e onde se investirá.
A primeira, em escala nacional, não é como a nossa, de mortais, que a medimos sobre o que termos “guardado”. O conceito de poupança, aqui é diferente, porque as disponibilidades de pessoas e empresas estão, todas elas, aplicadas em alguma atividade, já. E financeira.
É a taxa de remuneração e o prazo em que esta se dará o que definirá se elas  ficam onde estão ou para onde devem ir.
A atratividade de um investimento sem risco e que paga inflação mais cinco ou seis por cento ao ano é, óbvio, superior a qualquer outra.
Sair deste campo e ir para o do investimento físico, seja em produção ou infraestrutura depende do horizonte que esteja ao alcance dos olhos ou do pensamento razoável.
As pessoas vão comprar mais sapatos, roupas, cerveja, brinquedos, computadores, celulares, geladeiras do que estão comprando hoje? Vão fazer isso em escala que a capacidade de produção atual não utilizada seja incapaz de atender? Porque é indiscutível que os que já detêm a capacidade e as estruturas para fazê-los têm vantagem competitiva sobre o novo investimento.
Num país com o menor nível de utilização de sua capacidade industrial instalada já registrado na história e com uma retração monstruosa nos níveis de consumo a resposta é óbvia: não.
Na infraestrutura, o mesmo. Será bom negócio investir em estradas, aeroportos, portos se não há perspectivas de deslocamento de pessoas ou mercadorias crescer num horizonte plausível? Pode ser, mas para isso é necessário que a oportunidade tenha força suficiente para impor-se á conveniência e isso implica em adquirir ativos ou concessões neste campo a preço de banana.
Traduzindo para a vida comum. Não está bom o mercado de aluguéis, os preços pararam de subir e até estão caindo, pela baixa procura, como vimos aqui, há poucos dias, no caso dos galpões industriais e comerciais em São Paulo. Mas suponha que você tem recursos e fôlego para aguentar a maré baixa e aquele galpão, muito bem localizado e instalado, está sendo entregue na bacia das almas e você dispõe do dinheiro. Comprar pode ser uma boa, mas isso não quer dizer que o armazém voltará à atividade, empregará vigias, arrumadores de cargas, conferentes, que voltará a fazer parte da cadeia de produção e comércio.
Trata-se, apenas, de transferência de propriedade entre quem está enforcado e aqueles que têm fôlego. Não é difícil saber que são uns e outros no Brasil de hoje.
O movimento declinante da economia brasileira, como qualquer movimento, segue a primeira Lei de Newton, tende a continuar,  salvo se uma nova força entrar em cena. Achar que a “mini-injeção” de recursos feita com uma liberação, diluída no tempo, de alguns tostões parados nas contas inativas do FGTS – e que serão em boa parte drenados pelo mercado financeiro, pela quitação de dívidas – vá ser essa força vai além da ingenuidade: é má-fé.
Peço desculpas pela longa reflexão que poderia ser reduzida a um “Temer não está dizendo a verdade”, mas apesar do “sangue nos olhos” que provocam as suas medidas de desmonte do Brasil e de degola dos direitos do trabalhador, é preciso ir além do que ele faz, para que não se incorrer no simples “pensamento negativo” em oposição ao seu desejado “pensamento positivo”.
Não é o caso de estar numa “torcida” contra, mas o de explicar porque o caminho que levou ao desastre, mantido, só leva a mais desastres.
O nosso jornalismo econômico, dominado pela crença neoliberal de que é preciso afundar cada vez mais no túnel para encontrar a luz ao seu final esconde do povo brasileiro que a única luz que haverá ao final do túnel da recessão e da paralisia econômica é a do fogo do inferno social e humano para onde estão nos levando.

Na véspera do fim de ano, Veja atropela e ganha o “Troféu Puxa-Saco de Temer”


trofeu
A disputa estava dura.
Ricardo Nobralt dizendo que Michel temer  era “até bonito”.
Eliane Cantanhêde dizendo de “de romance o presidente entende”.
Domingo Alzugaray, dono da “Istoé 900% a mais de verba” fez dele “Brasileiro do Ano”, com direito aos arrulhos dos querubins Aécio Neves-Sérgio Moro ao fundo.
E ele próprio dizendo que está salvando o Brasil, muito embora o Brasil afunde todo dia.
Mas a Veja sacou seu trunfo de última hora.
A bela e recatada Marcela Temer.
Diz a revista que o Planalto confia “no frescor que ela pode prover” ao macróbio marido.
Materinha sem-vergonha, que não diz nem desdiz, com detalhes pitorescos da aula particular de Temer a ela e seus coleguinhas de curso de Direito e – dá vergonha até de repetir o texto, mas está impressos em centenas de milhares de páginas deste atentado ecológico que é a Veja – e sobre o trabalho de conclusão de curso sobre “Fertilização in vitro no Direito brasileiro”
Na verdade, o “joke” é pior, mas me recuso a reproduzir o restante.
Há  um clima de euforia com “a capa que mudou os rumos do Brasil”.
Já podem aproveitar e comprar umas 500 Veja para colocar como leitura de bordo no avião presidencial, para ler tomando Haager Dazs.
Meu Deus, a mediocridade da grande imprensa com o presidente-pinguela ultrapassa os limites da indecência.
Virou pornografia ética.

Lula, quem diria, virou flor do recesso



Lula e o PT. Foto Orlando Brito
Como em outros jogos, o blefe é uma arma poderosa na política. Para quem tem muito cacife e costuma se dar bem quando pagam para ver, basta desafiar para afugentar adversários.
Foi assim que, por mais de uma década, o PT apostou e colheu vitórias. Usou e abusou dessa estratégia até aonde se lambuzou. Os fatos são conhecidos. No auge do escândalo do Mensalão, com a investigação em seu calcanhar, Lula ameaçou convocar as ruas para defendê-lo. Os tucanos não pagaram para ver.
Em pleno assalto aos cofres da Petrobras, na campanha eleitoral de 2006, os marqueteiros venderam a ilusão de que só Lula salvaria nossa maior empresa estatal do diabólico plano tucano para destruí-la. Os tucanos morderam a isca e perderam as eleições.
A fórmula foi repetida nas campanhas de Dilma nas eleições seguintes. A dose exagerada em 2014 virou estelionato eleitoral.
Os blefes petistas perderam a eficácia na derrocada de Dilma. Pediram apoio das ruas contra o impeachment, receberam rejeição. Inventaram um discurso eleitoral sobre um suposto golpe, não colou e tomaram uma tunda nas urnas.
O petismo entrou em crise. Algumas lideranças pregam uma reinvenção do partido. Mesmo entre elas o que mais se avalia é quando e como pular fora do barco. Metade da bancada na Câmara fareja qual rumo tomar.
Poucos acreditam que a turma que controla a máquina partidária vá abrir mão do poder interno, o único que lhes resta, mesmo que seja a derradeira saída do partido.
Com toda essa falta de perspectiva, sobrou ao PT a carta de sempre: Lula. Na receita habitual da cúpula petista, Lula é uma espécie de genérico da antiga “Pomada Maravilha”. Serve para curar dores de cabeça, do fígado, dos rins, perebas, luxações…
Para a cura dos males variados que o acometem, petistas plantam aqui e ali que, em 2017, Lula assumirá o comando do partido e evitará seu racha. Mais: se lança como candidato ao Planalto, em uma ação para neutralizar qualquer ofensiva da Justiça contra ele. Dizem apostar na eficácia desses dois movimentos. Apresentam até pesquisas, como a encomendada pela CUT, em que Lula tem pelo menos o dobro de intenção de voto de seus principais adversários.
Menos que blefe, pura balela. Meras flores do recesso.
Em narrativas de investigações judiciais em português, inglês, espanhol, francês, entre outras línguas, Lula está nas cordas, apontado como lobista da Odebrecht e de outras empreiteiras.
Há alguma perspectiva de ele virar esse jogo? Pelo contrário. Fontes da Operação Lava Jato informam que, nas delações premiadas, o clã Odebrecht e seus executivos descrevem, com minúcias e provas, sua ajuda a negócios no Brasil e no exterior, e entregam como  Lula, parentes e aliados foram regiamente recompensados.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O ridículo caso de Lula e a cerveja: “merchandising” é crime? Se cuida, Fátima Bernardes


itaipava
Capítulo fim de ano da série “explorem tudo contra o Lula”, a matéria do Estadão é um primor.
Depois de, durante meses, os rapazes da Lava Jato  tentarem provar que as palestras pagas de Lula para dezenas de empresas era simples “lavagem” de recursos escusos e das provas cabais de que as palestras foram realizadas, pagas e regularmente contabilizadas, agora o Estadão quer mostrar que Lula mentiu.
Peraí, mentiu como?
Ah, é que o dono da Cervejaria Itaipava, ao contratar a palestra queria que o ex-presidente dissesse: ‘A cerveja Itaipava por ser 100% brasileira, é sua cerveja preferida’ e “‘Não bebo muita cerveja, mais quando bebo é Itaipava’.
E ele não bebe Itaipava!
Perjúrio, falso testemunho, obstrução à cevada, ocultação de malte, desvio de lúpulo!
Mas tem de ser apurado doa em quem doer, e soube que foram encontradas embalagens dos frios Ceratti na lixeira de Fátima Bernardes, enquanto ela anunciava os produtos da Seara. Num dos filmes, inclusive, ela fazia referência a William Bonner, que não tinha contrato, dizendo que a linguiça da marca  era boa “até preparada por um churrasqueiro bem mais ou menos, como o meu marido“. Hummm…
Já se perderam todos os limites do ridículo.
Mas já que é assim, seria interessante que se apurasse se a Haagen Dazs deu alguma vantagem indevida a Michel Temer.
Porque, em matéria de “merchan” é o case do ano!

Clube de Engenharia decreta a “morte da Engenharia Brasileira”


prosub
“A Engenharia Brasileira está morta. Será cremada no altar da Jurisprudência da Destruição, do entreguismo e da ortodoxia econômica. Suas cinzas serão sepultadas em hora e local a serem anunciados no decorrer deste ano de 2017.”
A “nota fúnebre” foi publicada hoje pelo Clube de Engenharia, entidade que reúne os profissionais e o melhor do pensamento estratégico do setor há nada menos que 136 anos e é a mais antiga sociedade de engenheiros da América Latina.
Num extenso artigo, o Clube diz que “não existem nações que tenham crescido econômica e geopoliticamente sabotando, inviabilizando, destruindo, execrando, ensinando seu povo a desprezar, odiar e demonizar essa área, seus técnicos, trabalhadores, suas empresas, projetos, líderes e empresários, como o Brasil está fazendo agora”.
Empresas e grupos que estão sendo destruídos, agora, pelo ódio, a pressão e a calúnia, como se tivessem sido atingidos por uma devastadora bomba de nêutrons.
O artigo aponta como  efeito da aventura judicial, que confunde empresas com pessoas fisicas, “R$ 140 bilhões em prejuízo (à economia) , a demissão de milhares de trabalhadores, a interrupção de dezenas de projetos na área de energia, indústria naval, infraestrutura e defesa, a quebra de milhares de acionistas, investidores e fornecedores”.
A engenharia nacional está perecendo. Foi ferida de morte por um sistema judiciário que pretende condenar, a priori, qualquer contato entre empresas privadas e o setor público, e desenvolveu uma Jurisprudência da Destruição de caráter descaradamente político, que não concebe punir corruptos sem destruir grandes empresas, desempregar milhares de pais de família, interromper e destroçar dezenas de projetos estratégicos.
Um sistema judiciário que acredita que deve punir, implacável e estupidamente, não apenas as pessoas físicas, mas também as jurídicas, não interessando se esses grupos possuem tecnologia e conhecimento estratégicos, desenvolvidos ao longo de anos de experiência e aprendizado, se estão envolvidos em projetos vitais para o desenvolvimento e a segurança nacional, se deles dependem, para sobreviver, milhões de brasileiros.
O artigo diz ainda que “as nações mais poderosas do mundo” não apenas fortalecem “sua própria engenharia e suas maiores empresas”, mas se dedicam, também a ” sabotar as empresas e a engenharia de outros países, usando desculpas de diferentes matizes, que são repetidas e multiplicadas pela mídia sabuja e babosa desses mesmos lugares”.
Não é outra coisa o que os Estados Unidos fazem por meio de órgãos como o Departamento de Justiça e de iniciativas como o próprioForeign Corrupt Practices Act, sob o manto do combate à corrupção e da proteção da concorrência.
Como se diz no futebol, não tem mais time bobo. Ou tem, nestas bandas aqui.
O manifesto do Clube de Engenharia – que você pode ler aqui, na íntegra – aponta como “desastrosa”   a antecipação “suicida” pelo BNDES – em plena recessão – do pagamento de R$ 100 bilhões ao Tesouro: um dinheiro que poderia ser imediatamente aplicado em [obras de]infraestrutura, vai em troca de uma insignificante, irrelevante, pouco mais que simbólica redução de 1% na dívida pública.
E conclui, tristemente: “A engenharia brasileira faleceu, com seus escritórios de detalhamento de projetos, suas fábricas de bens de capital, seus estaleiros de montagem de navios e plataformas de petróleo fechados, suas linhas de crédito encarecidas ou cortadas, seus ativos vendidos na bacia das almas e seus canteiros de obras abandonados.  E o seu sepultamento está marcado para algum momento de 2017.

FHC quer “diálogo” com Lula após fracassar golpe jurídico-parlamentar-midiático


O golpe de 2016, articulado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, fracassou. O plano inicial previa a derrubada de Dilma Rousseff, o impedimento preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a eventual cassação do registro do PT. Paralelamente, Michel Temer implantaria a chamada “ponte para o futuro”, a confiança retornaria e, em 2018, um tucano seria eleito para a presidência da República.
Oito meses depois do golpe, Lula lidera as pesquisas Datafolha e três presidenciáveis tucanos estão implicados na Lava Jato: José Serra por receber R$ 23 milhões na Suíça, Geraldo Alckmin acusado de ganhar R$ 2 milhões por meio do cunhado e Aécio Neves suspeito de ter despesas pessoais bancadas pelo marqueteiro.
Além disso, a “pinguela” Michel Temer fracassou. A economia brasileira foi ao fundo do poço, em razão do golpe, a imagem do Brasil, cujas elites sabotaram a democracia, foi arruinada.
É nesse contexto que FHC prepara uma guinada. Em entrevista à colunista Sonia Racy, ele sinalizou a intenção de dialogar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Depois de dizer que a crise atual no Brasil é mais grave do que a de 1964, ele defendeu o entendimento. “É preciso que pessoas de posições diferentes conversem e retorne o bom senso. Mas quando falo em diálogo não é entre os que se entendem. É com os que não querem o diálogo”.
FHC, na realidade, nunca quis o diálogo, enquanto imaginou que o golpe seria um projeto bem-sucedido. Agora que o fracasso é evidente, ele muda de postura. De todo modo, sua posição converge com a do ex-presidente Lula, que recentemente falou à TV turca e pregou o entendimento.
“Eu acho que a melhor solução agora é os partidos políticos discutirem uma PEC, uma emenda constitucional e recuperar o direito do povo escolher o seu presidente da República outra vez pelo voto direto”, disse ele, defendendo o diálogo entre os partidos.

Confira tabela com valores do IPVA 2017


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boletos de pagamento do IPVA estarão disponíveis no site do Detran PE a partir de 1º de janeiro / Foto: Marcos Santos/USP/Fotos Públicas
boletos de pagamento do IPVA estarão disponíveis no site do Detran PE a partir de 1º de janeiroFoto: Marcos Santos/USP/Fotos Públicas
A tabela com os valores do IPVA 2017 foi publicada na edição desta quarta-feira (28) do Diário Oficial do Estado. Para saber o valor que irá pagar, basta fazer uma busca de acordo com o ano e modelo do veículo. De acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco (Sefaz-PE), os valores do imposto de 2017 serão mais baixos do que os cobrados em 2016.

A Sefaz informa ainda que os contribuintes que quitarem o IPVA na cota única terão um desconto de 7% no valor do imposto. Os boletos de pagamento do IPVA estarão disponíveis no site do Detran PE (www.detran.pe.gov.br), a partir do próximo dia 1º de janeiro.
Segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Aplicáveis (FIPE), o valor venal dos veículos caiu 3,8% em 2016 em comparação com o ano anterior. Em relação ao interior, a redução foi de 4,5%. Já para caminhões, o preço diminuiu, em média, 6,3%. Com isso, o valor do IPVA também ficará menor, já que ele tem como base os preços divulgados na Tabela FIPE.

Confira a tabela do IPVA 2017:



segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Enquanto a economia não reage, Temer agarra-se ao Congresso



Rodrigo Maia observa Michel Temer fazer o juramento de posse
O Congresso Nacional vai continuar sendo, em 2017, a principal tábua de salvação do presidente Michel Temer. Por isto, o presidente-tampão deve prosseguir investindo em rapapés e salamaleques junto a parlamentares.
O melhor dos mundos para garantir a travessia temerista da pinguela rumo a 2018 é a economia. Melhor para o presidente e melhor para os brasileiros – noves fora o PT e adjacências.
Porém, enquanto a recuperação não vem, o apoio congressual vale o bilhete para o futuro. Recuperação não é a palavra mais adequada. Sinais de recuperação, como o fim da carestia, a reversão da curva recalcitrante do desemprego e, por fim, o retorno ao PIB positivo.
Levantamento da Folha de S. Paulo deste domingo natalino mostrou que o presidente, em pouco mais de sete meses na presidência, recebeu oficialmente 200 parlamentares. Quase um por dia. Fora os penetras, igualmente bem-vindos.
Sem o apoio da cidadania, com a economia patinando na recessão, o dragão da Lava-Jato soltando fogo pelas ventas e o TSE amolando a guilhotina da degola, resta o Congresso como valhacouto. Donde conclui-se que os 513 deputados e 81 senadores continuarão desfrutando como nunca da indulgência palaciana. Ou, ainda, das portas e dos cofres abertos.

Combate ao Aedes é o maior desafio da saúde brasileira, diz ministro



O ministro prevê aumento de casos de infecção pelo vírus da chicungunha, transmitido pelo Aedes / Foto: AFP
O ministro prevê aumento de casos de infecção pelo vírus da chicungunha, transmitido pelo AedesFoto: AFP
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta segunda-feira (26) que o combate ao mosquito Aedes aegypti é o maior desafio da saúde brasileira atualmente. Em entrevista coletiva em que fez um balanço de seus 200 dias no ministério, Barros reforçou as previsões do governo que apontam para um aumento de casos de infecção pelo vírus chikungunya, transmitido pelo Aedes aegypti, em 2017.

“Temos que combater o mosquito. Esse é o grande desafio da saúde até que a gente consiga um controle adequado”, avaliou. Este ano, foram registrados 263 mil casos de febre chikungunya, contra 36 mil em 2015. “O mosquito pica, recebe o vírus e passa para outra pessoa. Como cresceu muito o número de pessoas que têm [o vírus], entendemos que haverá uma ampliação [de casos].”

Estabilidade de casos do Aedes

Em relação à dengue e ao vírus Zika, também transmitidos pelo mosquito, Barros lembrou que o ministério trabalha com um cenário de estabilidade de casos. Em 2016, foram contabilizados 1,4 milhão infecções por dengue, contra 1,6 milhão no ano passado, além de 211 mil casos prováveis de infecção por Zika em 2016 (nem todos os casos registrados foram confirmados em laboratório).
“Cada cidadão é responsável pelo combate ao mosquito. Não há força pública capaz de estar em todos os lugares eliminando os focos.”

Começam a sair os números do Natal do Temer. É queda sobre queda


quedauol
Noticia o Valor que os shopping centers venderam 3% menos neste Natal e que fecham 2016 com vendas em queda de 3,2% no valor nominal, o que representa perto de 10% de retração, considerada a inflação.
Já a Folha diz que estes mesmos shoppings registraram o fechamento de 18.100 lojas, uma queda de 12,9% em relação a 2015. Entre os 150 associados da entidade, que reúne 7,5 mil lojas, o número de cortes de postos de trabalho passaram de 36 mil.  Uma média de quase cinco por loja.
O SPC diz que as consultas parta vendas a prazo caíram 1,46%. Pouco? Lembre que em dezembro do ano passado, quando caiu 15%, ninguém estava comprando nada e, assim, agora compra menos ainda. Então, é um pouco mais sobre o que já era muito ruim.
O que está acontecendo – e vai continuar a acontecer – é que os índices de queda serão menos espetaculares, embora não menos graves, porque as bases de comparação são aquilo que poderia ser definido como “desastre contra desaste”.
O dado mais dramático, agora, é que p prolongamento da crise vai desmontando as estruturas de  produção e de comercialização, que levam muito mais tempo para se  refazerem do que o consumo.
O ímpeto de empreender, tão saudável a qualquer economia – vá lá ver o que  aconteceu na China – vai desaparecendo, com toda a razão

Vendas de Natal caem, PIB segue em queda e Temer diz que está tudo bem


O Relatório de Mercado Focus desta semana indicou leve piora nas projeções de atividade para 2016 e para 2017. Pelo documento divulgado nesta segunda-feira, 26, a mediana para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 passou de uma retração de 3,48% para uma queda de 3,49%. Há um mês, a perspectiva era de recuo também de 3,49%.
| Edição do dia
Há duas semanas, o Banco Central informou que seu índice de atividade (IBC-Br) recuou 0,48% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal. Em relação ao mesmo mês de 2015, o indicador desabou 5,28%, na série sem ajuste. Em comunicações recentes, o próprio BC citou uma atividade econômica aquém do esperado.
Para 2017, o Focus mostra que a percepção piorou. O mercado prevê para o País um crescimento de 0,50% no próximo ano, abaixo do 0,58% projetado uma semana antes. Há um mês, a expectativa era de 0,98%. Em suas projeções, o Ministério da Fazenda trabalha com a estimativa de crescimento de 1,00% para o próximo ano.
O Natal também serviu para medir o desenvolvimento da crise. Enquanto Michel Temer interrompeu a ceia das famílias para listar seus ataques e fazer demagogia de que tudo estaria caminhando bem, as vendas em lojas de shopping caíram 3% no Natal de 2016 na comparação com igual período do ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). O desempenho foi apurado por meio de pesquisa feita com 150 empresas de varejo associadas à entidade.
A Alshop considera que as famílias gastaram menos neste Natal em meio a uma restrição no acesso ao crédito, taxas de juros elevadas e desemprego. Segundo constatou a entidade com base em dados do SPC Brasil, o gasto médio dos brasileiros com presentes de Natal caiu cerca de 5% este ano ante 2015. A Associação apresentou números da evolução histórica das vendas em shoppings desde 2004 e, segundo os dados da entidade, o ano de 2016 é o primeiro desde então em que o setor registrou queda de vendas em termos nominais.
Além dessa retração apontada, de acordo com as três principais pesquisas mensais do IBGE, de um total de 50 segmentos dos setores de serviços, comércio e indústria, apenas 5 apresentaram números positivos em produção ou vendas no acumulado do ano até outubro, quando se teve disponibilizados os últimos dados.
Os resultados na economia mostram que enquanto Michel Temer diz que seu governo golpista está recuperando a economia a base de ataques aos direitos trabalhistas e afirma que tudo segue bem, os trabalhadores e a juventude seguem sentindo em suas costas o descarregar da crise, amargando mais desemprego, menos poder de compra, e vendo seus direitos serem rifados em troca de manter o lucro de banqueiros e empresários, além de ver os políticos aumentando seus próprios salários, como tem feito os vereadores de São Paulo e Belo Horizonte.