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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Paulo Câmara responde críticas ao Pacto pela Vida com reforço de mais 1.117 soldados da PM nas ruas


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O governador Paulo Câmara participou, na manhã desta segunda-feira (31), no Quartel do Derby, da solenidade de conclusão da segunda etapa do curso de formação de 1.117 soldados da Polícia Militar de Pernambuco.
Os futuros oficiais seguirão para uma nova etapa, que tem por objetivo capacitá-los para desempenharem as atividades inerentes ao oficio; especialmente o policiamento ostensivo nas ruas. Durante esse período, o grupo será distribuído em Batalhões de Área (BPMs) da Região Metropolitana do Recife.
Desde a implantação do Pacto pela Vida, foram formados 9.253 novos soldados da PM, no período de 2008 a 2015.
Em discurso, o governador garantiu que o Estado “não medirá esforços” e continuará o investimento na ampliação dos quadros da corporação.
“Os senhores são da última etapa de um concurso público onde fizemos um esforço muito grande, ainda no início do nosso Governo, para dar sequência à política e podermos estar hoje com mais de mil policiais militares. Tão logo tenhamos condições de aumentarmos o contingente de efetivo, faremos isso”, disse Paulo Câmara, ao lado de representantes dos principais órgãos operativos que fazem a Segurança Pública em Pernambuco.
Paulo Câmara disse que o êxito é fruto de “muita determinação” e “muito trabalho”.
“Essa mesma política exige de nós a consciência permanente e diária de que não vamos resolver os desafios da segurança pública sem muita determinação e muito trabalho. Acima de tudo, a capacidade de ouvir, tomar decisões e estar sempre corrigindo aquilo que é em favor da nossa segurança e da paz do nosso Estado”, pontuou Paulo

Para ajudar a família em tempos de crise, idoso se endivida e 7 milhões entram na lista de inadimplentes


Os inadimplentes com 61 anos ou mais já chegam a 6,99 milhões de pessoas, revela estudo da Serasa Experian.
O número equivale a cerca de 1/3 da população desta faixa etária (23,7 milhões, segundo o IBGE) e representa 12,4% dos 56,4 milhões de inadimplentes do país.
O levantamento foi desenvolvido pela área Big Data da Serasa Experian em junho de 2015. Em junho de 2014, quando 54,1 milhões de brasileiros estavam sem acesso ao crédito, os idosos respondiam por 11,8% deste total.
Para os especialistas da Serasa Experian, uma das explicações para o crescimento da fatia de idosos inadimplentes está relacionada com o crédito consignado.
Como este tipo de financiamento é mais acessível aos aposentados, em momentos de alta da inflação e aumento do desemprego, muitos deles são levados a solicitar este tipo de crédito para socorrer as contas da casa.
“O idoso faz o empréstimo para ajudar a família, mas não consegue se manter em dia com os pagamentos das parcelas”, diz o gerente da Serasa Experian, Fernando Rosolem. “Isso corre porque essa faixa etária é uma das que mais sofre com a alta de preços de remédios, plano de saúde e alimentos.

Governo e oposição não buscam saídas para a crise


Crise econômica e financeira grave. Denúncias diárias de corrupção. Governo claudicante e dividido, oposição radicalizada e sectária. População insatisfeita e de mau humor. Todos os ingredientes estão dados para impedir que o Brasil encontre uma saída, ainda que a longo prazo, para sair da situação em que se meteu. A quem interessa isso? Ao povo é que não é.
Não há, por parte dos políticos, debate racional e qualificado, não há tentativa real de enfrentar a situação. Para um lado, o da oposição, a única preocupação é inviabilizar e derrubar o governo. Para o outro lado, o do governo, a única preocupação é sobreviver. Nenhum dos dois lados contribui efetivamente para a busca de um caminho de superação da crise, e a possibilidade de uma negociação política em bases republicanas não existe.  
O sectarismo da oposição e a falta de competência do governo se refletem na progressiva deterioração das relações na sociedade. Sem que haja um confronto ideológico tão forte que justifique, ou muito menos uma situação de ruptura revolucionária, as pessoas perderam a noção da convivência entre os diferentes e demonstram, no dia a dia, ódios e raivas que só as desmerecem. Dos dois lados, diga-se. E com o militante incentivo de colunistas da ainda chamada grande imprensa.  
Se o procurador-geral toma uma decisão contrária a um dos lados, é execrado por ele e elogiado pelo outro. Se no dia seguinte sua decisão é contrária ao lado que na véspera o elogiou, mudam-se os discursos. É só um exemplo do que acontece diariamente. Desenvolve-se um quadro de maniqueísmo em que cada lado se considera perfeito e acima de suspeitas, como se tudo de ruim fosse privilégio de um governo, de um partido ou de uma corrente política. E tudo de bom só tem do outro lado.
É em situações assim que cresce a mediocridade, visível no governo, no parlamento, nos tribunais, nas ruas. Como não há debate, não é preciso argumentar. Vale o discurso, ainda que vazio e demagógico. Até ministros do Supremo Tribunal Federal expelem declarações sem nenhuma preocupação de coerência e articulação do pensamento. Fazem discurso de palanque, como se fossem vereadores.
Parte da oposição quer derrubar o governo agora, por impedimento ou renúncia. Parte quer desgastá-lo ao máximo para ganhar o poder em 2018. Parte da primeira parte quer que o vice-presidente assuma para renegociar um pacto de elites. Outra parte da primeira parte quer novas eleições, para aproveitar o rescaldo de 2014. Essas oposições não querem, na verdade, superar a crise. Querem agravá-la.
Já o governo parece não saber o que fazer. E tem de se falar também em partes do governo, porque, por mais que a presidente tenha a fama de durona, não consegue manter um governo unificado, caminhando no mesmo rumo. Prevalecem os interesses de cada partido que ocupa um pedaço da máquina, as idiossincrasias e interesses dos ministros e até do vice-presidente. Basta que seja anunciada alguma medida, as primeiras críticas e restrições partem de integrantes do próprio governo, aberta ou sem se identificar.
Sem unidade de ação, não há governo que possa enfrentar uma crise dessas proporções e um movimento forte para derrubá-lo. O caso da CPMF é exemplar. O governo anuncia num dia, recebe as críticas da oposição e as dos que pretensamente deveriam apoiá-lo e desiste da medida dois dias depois.  
Não houve a possibilidade de se debater, com profundidade e racionalidade, a volta da CPMF e seu significado real. As reações dos empresários ganharam, naturalmente, o respaldo dos políticos e jornalistas que defendem seus interesses, por convicção ou dinheiro, e dos que se empenham em derrubar o governo a qualquer custo. O governo e os partidos que pretensamente o apoiam, como o PT, e os chamados movimentos sociais, nada fizeram para enfrentar o debate. Mas nem houve tempo, porque o governo, simples e vergonhosamente, recuou.
Nesse quadro, não há como se falar em abrir na sociedade um debate real e qualificado sobre as saídas para a crise. Alguns até tentam, mas são sufocados pela radicalização e pelo sectarismo. Não basta ajustar as contas, com menos ou mais prejuízo para algum segmento da população. É preciso fazer mudanças estruturais que têm de ser discutidas amplamente, como as chamadas reformas do Estado, da política e do sistema eleitoral, do sistema tributário, da legislação trabalhista. Com diálogo e debate, cada setor da sociedade e cada pensamento político defendendo suas posições, mas se submetendo à decisão da população, que pode ser em eleições, plebiscitos e referendos.
O que não vai levar a lugar nenhum é o governo perdido em seus labirintos da velha política e da incompetência e as oposições fixadas apenas em recuperar seus espaços de poder com a derrubada do governo. O enfrentamento é necessário, a disputa pela hegemonia é legítima. Mas nas circunstâncias em que estamos, esse enfrentamento tem de ser de ideias e propostas consequentes, e não de discursos demagógicos e manifestações de ódio nas ruas.

Governo aumentará tributo de bebida, eletrônicos e crédito do BNDES

O governo anunciou nesta segunda-feira (31) novas medidas para aumentar a arrecadação de 2016.
Em relação a tributos, haverá revisão da desoneração de PIS/Cofins para computadores, tablets e smarphones, mudança no IOF sobre operações de crédito do BNDES, revisão da tributação de bebidas quentes (como vinhos e destilados) e revisão do Imposto de Renda sobre direitos de imagem.
Essas mudança devem gerar uma arrecadação de R$ 11,2 bilhões em 2016.
Também está prevista uma nova rodada de concessões de portos, aeroportos e rodovias para arrecadar outros R$ 10 bilhões.
O governo conta ainda com R$ 27,3 bilhões em operações com ativos, que incluem o leilão da folha da pagamento da União, a venda de imóveis e terrenos da União, venda de participação acionária em empresas e aperfeiçoamento de cobrança da dívida ativa.
Mesmo com essas medidas, o governo prevê queda na receita total na comparação com o PIB de 22,7% (R$ 1,322 trilhão) em 2015 para 22,4% (R$ 1,401 trilhão). A receita líquida (após repasse para Estados e municípios) cai de 19% para 18,9%.
A despesa total deve subir de R$ 1,105 trilhão (19%) para R$ 1,210 trilhão (19,4%). A despesa discricionária se manteria em 4% do PIB, enquanto a obrigatória aumentaria.
O ministro Nelson Barbosa (Planejamento) afirmou que, com esse cenário de receitas e despesas, mesmo com as novas medidas, não será possível fechar o Orçamento de 2016, que apresentará deficit de R$ 30,5 bilhões.
“Ainda estamos em uma fase de transição. Esse é um ano [2015]de retração no nível de atividade, e isso afeta também a arrecadação do ano seguinte, pois muitos impostos terão como base parte do resultado deste ano”, afirmou.

Custo da corrupção sistêmica é algo extraordinário", diz Moro


O juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato, disse hoje (31) que  “o custo da corrupção sistêmica é algo extraordinário”, ao participar de palestra no Fórum Exame: Prepare-se para planejar 2016. O juiz afirmou também que o enfrentamento da corrupção trará ganhos ao país no longo prazo. 
Ao falar sobre corrupção sistêmica, o juiz disse que as provas colhidas na Lava Jato e as delações premiadas de envolvidos no esquema apontam que o pagamento de propina em contratos da Petrobras era comum. ”Embora existam vários casos que demandam julgamento, as provas, indícios, indicam aquele quadro informado pelos chamados colaboradores da Justiça, que em todo contrato da Petrobras havia pagamentos”, disse. “A corrupção como crime é um tipo de crime que sempre vai acontecer, não importa o que nós façamos, a não ser que num futuro muito distante nos transformemos em anjos”, acrescentou.
Na palestra, Moro citou o caso da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, que teve os custos elevados, como exemplo de contrato com indícios de irregularidades. Com previsão de ter a construção finalizada em 2010, o início das operações da refinaria ocorreu em dezembro de 2014. “Entre as testemunhas, agentes da Petrobras, o comentário é que a refinaria não será paga se funcionar em toda a sua vida útil, um prejuízo”, disse.
Em março, o ex-gerente-geral da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, Glauco Legatti, negou superfaturamento na obra em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. De acordo com Legatti, mais de 90% dos contratos foram em reais e o projeto final foi orçado em R$ 26 bilhões. Segundo ele, o valor de US$ 18 bilhões seria resultado de uma contabilidade da variação da taxa de câmbio. “Ela foi contratada por R$ 26 bilhões, em 2009, vim aqui [ao Congresso] e disse que a refinaria custava próximo de R$ 12 bilhões. Como é que a gente explica esse negócio de US$ 13,3 bilhões que foi pra US$ 18,5 bilhões? A Petrobras converte todos os seus investimentos para dólar, que na época era [cotado a] R$ 2,438.”
A reportagem entrou em contato com a Petrobras e aguarda posicionamento
Número de policiais mortos em 2015 ultrapassa os do ano passado em PE



Aumento no número de homicídios em Pernambuco também atinge policiais militares e civis
Foto: Bernardo Soares/Acervo JC Imagem
O número de policiais civis e militares assassinados em Pernambuco em 2015 até esta segunda-feira (31) - 18 - já ultrapassa a quantidade de profissionais mortos no ano passado inteiro, quando foram registrados 17 homicídios.
Policial civil é vítima de latrocínio em Abreu e Lima
Policial atira na cabeça do outro dentro de viatura no Recife
Associação de Cabos e Soldados critica Pacto Pela Vida
Mais 1.117 policiais militares para reforçar a segurança em PE
Segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), de janeiro ao dia 5 de agosto, 11 policiais militares e 2 civis foram mortos fora de serviço. Somando a este número a morte da agente da Polícia Civil Tatiana Ribeiro de Melo, 35 anos, vítima de latrocínio no último sábado (29), o número subiu para três.

Nenhum policial civil morreu em serviço este ano, e, incluindo a morte do cabo Adriano Batista da Silva, 41, assassinado com um tiro na cabeça nesse domingo (30) por um colega de trabalho dentro da viatura, foram quatro PMs mortos em serviço este ano.

"O policial antes de ser policial também é cidadão e está exposto à violência. Nós temos trabalhado bastante no sentido de reduzir os índices no Estado, mas temos registrado alta neste ano de 2015", admite o secretário da pasta, Alessandro Carvalho.

No ano passado, cinco policiais civis foram mortos fora de serviço (nenhum em serviço). Já policiais militares foram oito mortos fora de serviço e quatro em serviço.

Em relação à morte da agente Tatiana Ribeiro, que reagiu a um assalto, o secretário justificou que, por serem profissionais treinados, depende da avaliação do policial se vai reagir ou não. "Quando o policial decide reagir é porque ele entendeu que havia a possibilidade de reação ou que sua vida corria risco", explicou.

Os dois acusados de participar da investida que provocou a morte da policial foram presos ainda no sábado. O acusado de matar o cabo Adriano, Flávio Oliveira da Silva, 32, também foi preso e responderá a inquérito militar. Ele tinha histórico de abuso de drogas e problemas psicológicos.

"Quem decide se um policial tem ou não condição de permanecer nas ruas com uma arma é uma junta médica. Infelizmente aconteceu este crime, agora isto nos acende uma luz, vamos tratar de forma ainda mais rígida o acompanhamento psicológico", afirma Alessandro Carvalho.

Para tentar barrar a violência, Pernambuco formou, na manhã desta segunda-feira (31), 1.117 policiais militares. Estes passarão por um estágio prático de 15 dias e em seguida serão distribuídos para as ruas de todo o Estado.

"A cada passo que a criminalidade dá, a gente dá um contra-passo tentando evitá-la. Uma situação como essa exige uma integração cada vez maior de todos nós. Toda a sociedade, todas as instituições têm suas contribuições, eu quero potencializar essas contribuições para enfrentar isso", avaliou o governador Paulo Câmara

Tiroteio em festa deixa dois policias feridos e homem morto no Sertão

   
Quatro pessoas ficaram feridas e um homem morreu em um tiroteio em uma festa na madrugada desta segunda-feira (31) em Carnaubeira da Penha, no Sertão de Pernambuco. De acordo com informações da Polícia Civil, o suspeito Gildo Luciano de Moura efetuou vários disparos de arma de fogo contra o efetivo durante uma abordagem no pátio de eventos da cidade. Os policiais regiaram e atiraram contra o homem.

O suspeito não resistiu aos ferimentos e morreu após ser levado para o hospital municipal. Os quatro feridos, entre eles dois policiais militares, foram socorridos para a mesma unidade de saúde e não correm risco de morte. A polícia informou ainda que 13 munições intactas e R$ 367 foram apreendidos com o suspeito.

A polícia confirmou que o suspeito seria foragido de duas penitenciárias e já teria cometido três tentativas de homicídio em cidades do Sertão.

É gripe ou resfriado? Você sabe identificar?


Começa com uma tosse, um espirro e vem o desconforto para respirar. Mas é gripe ou só resfriado? Os sintomas são de fato bem parecidos. A diferença, explicam os especialistas, está na intensidade.
A gripe é causada pelo vírus influenza, já o resfriado pelo rinovírus, na maioria dos casos, ou pelos coronavírus, parainfluenza e adenovírus.
"Quando é resfriado há coriza (nariz escorrendo) com pouca secreção nasal. Mas isso não te impede de trabalhar, por exemplo. Já a gripe provoca dor no corpo, mal-estar, geralmente febre alta... É um mal-estar mais intenso", explica a pneumologista Andrea Sette.
O resfriado atinge mais as vias aéreas superiores, enquanto a gripe envolve todo o organismo: o paciente sente que o corpo inteiro está doente.
"Não é raro apostarmos que o paciente tem gripe e ao fazermos o teste descobrirmos que é um resfriado", explica o virologista Celso Granato, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Japoneses querem reabrir Serra Pelada para explorar partículas de ouro



A mais recente esperança de milhares de garimpeiros de Serra Pelada, no sudeste do Pará, para retomar a exploração de ouro é um trio de investidores japoneses que afirmam querer "ajudar a região".
Um deles esteve à frente da proposta de trocar o ouro da Amazônia pelo perdão da dívida externa brasileira, nos anos 1980, e diz que planeja criar um Banco Ambiental.
Desde 1992, a mineração está parada, interrompida pelo governo federal.
Akio Miyake, Osamu Sugiyama e Hirosuke Otaki são sócios da Miyabras (Mineração Yamato do Brasil) e visitaram em julho representantes do governo do Pará e da cooperativa dos garimpeiros (Coomigasp), que possui a concessão da área, no município de Curianópolis.
Localização de Serra Pelada
Eles querem mecanizar a exploração do chamado rejeito, partículas de ouro que escaparam do garimpo manual nos anos 1980. Haveria 23 toneladas de minérios, incluindo ouro, em pilhas de terra em volta do antigo garimpo de Serra Pelada.
Esse antigo garimpo era um buraco de 180 metros de profundidade cavado à mão pelos garimpeiros nos anos 1980 e se tornou lendário nas fotos de "formigueiro humano". O garimpo foi fechado no governo Collor, em 1992, por falta de segurança.
"Existe ainda muito ouro no local e podemos recuperá-lo. Nossa intenção é ajudar a região, que é muito pobre, ajudar os garimpeiros", disse Miyake, àFolha, por telefone, de Fukoshima, no Japão, sem informar quanto pretende investir no projeto.
Pela proposta, os japoneses ficam com 49% do ouro e outros minérios encontrados. A associação dos mineradores fica com os 51% restantes. Para isso, se tudo der certo, será criada uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) nos próximos meses.
OURO POR DÍVIDA
Miyake é economista e um antigo conhecido na região. Ele chegou ao Brasil nos anos 1970 para trabalhar na Toyo Menka do Brasil, trading controlada pelo grupo Mitsui. Após desentendimentos com a companhia, Miyake começou a desenvolver a ideia de explorar o ouro da Amazônia.
No fim dos anos 1980, formulou um mirabolante plano pelo qual investidores japoneses trocariam a dívida externa brasileira com o Japão pelo ouro da Amazônia. A Mitsubishi participava do projeto que tinha como principal alvo a Serra Pelada.
"Muita gente foi contra e acabou não dando certo. O Brasil não estava pronto", disse Miyake. "O que sempre quis e ainda quero é ajudar garimpeiros e salvar a Terra da destruição da floresta."
Miyake quer criar o Banco Ambiental de Serra Pelada. A ideia é formar uma cooperativa de crédito para financiar a recuperação de áreas degradadas pelo uso do mercúrio no processo de coleta de ouro em Serra Pelada.
FALÊNCIA
Desde 2010, a Coomigasp, que representa cerca de 40 mil garimpeiros, tenta retomar a exploração de ouro em Serra Pelada. Até agora, sem sucesso. Foi no governo Lula que a concessão que pertencia à Vale foi repassada para os garimpeiros.
A cooperativa pretendia retomar a exploração em parceria com a empresa canadense Colossus, mas foi um fiasco. Nesse caso, a exploração seria na fonte primária, numa mina cavada pelo "tatuzão", o mesmo usado nas obras do metrô de São Paulo.
A mineradora canadense fez o túnel. Pouco antes de iniciar a operação, em 2014, porém, pediu falência. A empresa já tinha investido R$ 450 milhões e precisaria de ainda mais recursos.
"Eles tiveram dificuldade de levantar dinheiro. Um especialista da Bolsa de Toronto fez um relatório mostrando que só tinha um terço do ouro previsto. As ações despencaram", disse Hélio Rubens, promotor do Ministério Público do Pará.
A cooperativa negocia com credores interessados em terminar o projeto.
A instabilidade da política sindical também atrapalha.
O MPF acusa a antiga diretoria da Coomigasp de desviar cerca de R$ 50 milhões pagos pela empresa canadense, em vez de distribuí-lo aos garimpeiros. O caso está na Justiça Estadual do Pará.
O atual presidente da Coomigasp, Edinaldo Aguiar, disse que finaliza atualmente a minuta do contrato com os japoneses. Até esta semana, ele espera aprovar essa minuta em assembleia.
Luiz Novaes/Folhapress
ORG XMIT: 400601_0.tif Garimpo de Serra Pelada. (Curionópolis, PA, 11.04.1991. Foto de Luiz Novaes/Folhapress)
Garimpeiros em Serra Pelada no início da década de 1990