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sábado, 30 de abril de 2016

CUT/VOX: BRASILEIROS REJEITAM TEMER E QUEREM NOVAS ELEIÇÕES

MPF tenta induzir trabalhador a acusar Lula, diz gravação


A ameaças veladas foram registradas pelo filho da testemunha Edivaldo Pereira Vieira, que consta na lista de acusados na 24ª etapa da operação Lava Jato

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Na operação Lava Jato, fora dos autos, aparentemente ocorreram coisas não noticiadas. Segundo o site Pragmatismo Político, ameaças veladas foram feitas com o objetivo de influenciar o resultado da investigação.  
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Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) Athayde Ribeiro Costa, Roberson Henrique Pozzobon, Januário Paludo e Júlio Noronha bateram à porta de uma residência em São Paulo e foram atendidos por familiares de Edivaldo Pereira Vieira, que presta serviços de eletricista, pintor e jardinagem em casas e sítios. Começam então a questionar se ele trabalhou no sítio usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e se conhece um dos donos do imóvel, o empresário Jonas Suassuna.  
O homem garante que não conhecia o empresário e nem esteve no local. Foi neste momento que as ameaças tiveram início: 
Procurador: Quero deixar o senhor bem tranquilo, mas, por exemplo, se a gente chamar o senhor oficialmente pra depor daqui a alguns dias, e você chegar lá pra mim e falar uma coisa dessas… 
Interrogado: Dessas… Sobre o quê? 
Procurador: Sobre, por exemplo, o senhor já trabalhou no sítio Santa Barbara? 
Interrogado: Não trabalho. 
Procurador: O senhor já conheceu o senhor Jonas Suassuna? 
Interrogado: Nunca… Nunca vi. 
Procurador: O senhor já fez algum pedido pra ele em algum lugar? 
Interrogado: Nem conheço. 
Procurador: Então, por exemplo, aí eu te apresento uma série de documentações. Aí fica ruim pro senhor, entendeu? 
Esta conversa foi gravada pelo filho do interrogado, um trabalhador da região de Atibaia. Nas  gravações, os membros do MPF tentam, sutilmente, induzi-lo ao que dizer.  
Os procuradores fazem uma nova ameaça velada a Vieira, de que ele poderia ser convocado a depor e dizer a verdade. 
Procurador: É a primeira vez, o senhor nos conheceu agora, e eventualmente talvez a gente chame o senhor pra depor oficialmente, tá? Aí, é, dependendo da circunstância nós vamos tomar o compromisso do senhor, né, de dizer a verdade, aí o senhor que sabe.
Interrogado: A verdade? 
Procurador: É. 
Interrogado: Vou sim, vou sim. 
Procurador: Se o senhor disser a verdade, sem, sem problema nenhum. 
Interrogado: Nenhum. Isso é a verdade, tô falando pra vocês. 
Procurador: Então seu Edivaldo, quero deixar o senhor bem tranquilo, mas, por exemplo, se a gente chamar o senhor oficialmente pra depor daqui a alguns dias, e você chegar lá pra mim e falar uma coisa dessas. 
O nome de Pereira Vieira consta na lista de acusados constantes do mandado de busca e apreensão da 24ª etapa da operação Lava Jato, assinado pelo juiz Sergio Fernando Moro, que investiga se o ex-presidente Lula é o dono de sítio em Atibaia. 
Ao se despedirem, os membros do MPF insistem: 
Procurador: Se o senhor mudar de ideia e quiser conversar com a gente, o senhor pode ligar pra gente? 
Interrogado: Mudar de ideia? Ideia do quê? 
Procurador: Se souber de algum fato. 
Interrogado: Não… 
Procurador: Se você resolver conversar com a gente você liga pra gente, qualquer assunto? 
Interrogado: Tá

Briga por cargos já trava novo ministério de Temer


Nos bastidores, o principal embate ocorre entre o PMDB e o PP
O Estado de S.Paulo
A intensa disputa política entre os partidos por espaços no eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB) já começa a travar a definição dos nomes para os ministérios e bancos públicos. Nos bastidores, o principal embate ocorre entre o PMDB e o PP, mas há também confrontos entre outras legendas.
A Saúde é a mais cobiçada. Temer quer que o posto seja ocupado por um nome de grande respaldo na sociedade civil e médica. O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), por exemplo, já tem um nome na cabeça: o cirurgião paulista Raul Cutait. Nesta semana, no entanto, começou a ganhar corpo um movimento dentro dos quadros do PMDB para garantir que a Saúde, assumida no fim do ano passado, permanecesse nas mãos do partido
Os dois partidos também se enfrentam pelo comando dos cargos de direção na Caixa Econômica Federal. Nas negociações para compor o governo, a presidência da Caixa está sendo oferecida ao PP, que já tem uma vice-presidência do banco. O PMDB é responsável por comandar outras seis vices das 11 que o banco tem - o restante é da cota do PT. 
Na área trabalhista, tamanho é o assédio que Temer pretende separar o atual Ministério do Trabalho e Previdência Social em duas pastas. A divisão abriria espaço para contemplar mais partidos. Temer negocia dar Trabalho para o Solidariedade e a Previdência para o PRB ou PSD. A cúpula do Solidariedade, que é ligada à Força Sindical, já trabalha com dois nomes para a pasta: os deputados Zé Silva (MG) e Augusto Coutinho (PE). A Agricultura é outra área com intensa disputa. Chegou a ser oferecida ao PRB, depois passou a ser alvo de PP e DEM e, agora, está sendo disputado pelo PR do senador Blairo Maggi (MT).

Dúvidas: direitos de Dilma e Temer durante afastamento


Presidente teria que ceder gabinete em Palácio do Planalto para o vice Michel Temer
Situação inédita suscita dúvidas. Defesa de Dilma passaria a ser arcada por ela ou pelo PT
Do Jornal do Brasil
Diante da situação inédita de eventual afastamento de 180 dias da presidente Dilma Rousseff, caso o Senado vote pela admissibilidade do relatório da comissão especial do impeachment, o Congresso Nacional está consultando juristas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para entender quais direitos seriam mantidos a Dilma, e quais direitos teriam o presidente interino Michel Temer, enquanto os senadores julgam o impedimento.
Não há dúvidas, porém, em relação ao salário da presidente da República, que durante esse período seria reduzido à metade: de R$ 30.934 para R$ 15.467. Dilma não é obrigada a deixar o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, mas, no caso de afastamento provisório, deve desocupar o gabinete presidencial no Palácio do Planalto para que o vice Michel Temer passe a despachar de lá
Após a consulta, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve anunciar, logo após o afastamento, um pacote de medidas com o que será permitido e o que não será permitido em termos de bens públicos. Até agora, há muitas dúvidas sobre os direitos que serão mantidos e os que Dilma perderá.
A Constituição Federal trata do impeachment em seu artigo 86, mas há detalhes que não são esclarecidos.
Pelo artigo, não fica explícito quais poderes terão Dilma e Temer durante os 180 dias. Nas últimas semanas, diante das movimentações do vice para montar seu governo com os partidos da base aliada, surgiram dúvidas entre advogados se ele teria direito de nomear ministros ou se os nomeados por Dilma seriam mantidos enquanto ela estivesse provisoriamente afastada, já que a Constituição não diz que o governo da presidente estaria destituído. Mas, de acordo com o jurista Dalmo Dallari, "não existe presidente substituto" e, neste caso, Temer teria todas as atribuições de presidente da República.
"Ele, no exercício da Presidência da República, tem todas as atribuições de presidente. No caso de Dilma ser afastada, mesmo nesse período de 180 dias, Temer se torna presidente para todos os efeitos. Assumindo, ele é o presidente, com todos os poderes. Não existe presidente substituto, ou é presidente ou não é", afirma Dallari, acrescentando que Dilma poderia reconduzir seus ministros, caso o impeachment não fosse adiante.
Também em relação à defesa da presidente da República, o processo de impeachment sai das mãos da Advocacia-Geral da União (AGU) e passa a ser acompanhado por advogados particulares. Neste caso, fica a critério do Partido dos Trabalhadores, ao qual Dilma é filiada, arcar ou não com os custos. 
Há dúvidas em relação à utilização de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) pelo presidente da República provisoriamente afastado. Como circularam informações nas últimas semanas de que Dilma pretende viajar por diversos países para denunciar a ilegalidade do processo contra ela, aventou-se a possibilidade de que Temer teria o poder de autorizar ou não o uso dos aviões.

As suspeitas que perseguem a vida pública de Temer


Em perfil sobre o vice-presidente que deverá substituir Dilma Rousseff, a Revista Congresso em Foco revela que ele já foi acusado, entre outras coisas, de proteger o jogo do bicho em São Paulo. A denúncia foi arquivada
Agência Brasil
Temer e dois de seus aliados, o ex-governador Moreira Franco e Eduardo Cunha
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avalia se pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de investigação para apurar a suspeita de envolvimento do vice-presidente Michel Temer no esquema de corrupção apurado pela Operação Lava Jato. Na iminência de assumir a Presidência, Temer já é alvo de um pedido de impeachment na Câmara, com teor semelhante ao movido contra a presidente Dilma, por também ter assinado decretos determinando a abertura de créditos orçamentários sem autorização prévia do Legislativo.
Embora, de acordo com os registros públicos do STF, não haja qualquer inquérito ou ação penal em tramitação contra o peemedebista, o vice-presidente já sofreu outras acusações de desvio de conduta ao longo de sua vida pública, como mostra a nova edição da Revista Congresso em Foco. Todas foram arquivadas. Uma das mais pesadas diz respeito às suas relações com o jogo do bicho. Quando secretário de Segurança Pública de São Paulo, a partir de 1984, ele defendeu a legalização desse tipo de jogo.
Dados da época apontam que, durante sua gestão, o número de flagrantes contra bicheiros caiu em São Paulo. Em 1994, na CPI do Bicho que funcionou na Assembleia Legislativa do estado, Álvaro Luz, delegado-geral da gestão de Temer como secretário de Segurança, afirmou que era orientado a só reprimir os bicheiros se eles agissem de maneira “ostensiva”.

O ex-deputado Del Bosco Amaral (PMDB-SP) chegou a formalizar na Justiça denúncia contra Temer. No processo, apurou o repórter Edjalma Borges para a
 Revista Congresso em Foco, Del Bosco alega que o então secretário “teve apoio dos piores setores policiais, inclusive daqueles ligados ao jogo do bicho, a chamada corretagem zoológica”. De acordo com o ex-deputado, o peemedebista “tinha um comitê político instalado de forma indireta na Secretaria de Segurança Pública e não agiu com rigor contra a contravenção denominada jogo do bicho”. O caso chegou ao Supremo em 1986 e foi arquivado em 2006, sem que o Judiciário apontasse qualquer fundamento na denúncia.Ou assine agora e acesse todas as edições da mais original revista política do país
Por recomendação do Ministério Público Federal, também foram arquivados dois inquéritos abertos contra Temer no Supremo Tribunal Federal. Um deles tinha como objetivo apurar se ele recebeu ilegalmente, enquanto deputado federal, dinheiro de empresas que venceram licitação para operar na Companhia de Docas do Estado de São Paulo (Codesp). No outro, era acusado de ter depredado uma área de reserva natural para construir uma estrada de acesso a um imóvel de sua propriedade, na Chapada dos Veadeiros (GO).
Mais recentemente, o vice-presidente, que tem entre suas reconhecidas virtudes o preparo jurídico e a habilidade política, foi citado na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (MS), eleito pelo PT e que até novembro era o líder do governo no Senado. Também foi citado pelo lobista Júlio Camargo, o mesmo que confessou ter repassado US$ 5 milhões em propina a Eduardo Cunha; na planilha apreendida com um dos ex-executivos da Camargo Corrêa; e em uma troca de mensagens por telefone entre Cunha e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. No último caso, Cunha diz a Léo Pinheiro que os deputados estão incomodados de Temer já ter recebido a parte dela na propina, pelas mãos do ex-governador do Rio Moreira Franco, enquanto os aliados do atual presidente da Câmara continuavam a ver navios.
Temer, cuja assessoria negou os pedidos de entrevista feitos pela Revista Congresso em Foco, sempre negou o seu envolvimento em qualquer ato ilícito

Delação da Gutierrez pode tirar Jucá do Ministério Temer


Empreiteira acusa Romero Jucá de receber R$ 1 milhão em propina
Segundo investigadores,o senador Edison Lobão usou o nome de Jucá. Informação está em acordo da Andrade Gutierrez
ÉPOCA - MURILO RAMOS
Os planos de Michel Temer para Romero Jucá no seu eventual governo deverão ficar mais difíceis. No acordo de leniência da empreiteira Andrade Gutierrez na Lava Jato, especialmente no capítulo sobre a Usina de Belo Monte, há informações sobre pagamento de propina ao senador do PMDB.
Segundo a delação, o também senador Edison Lobão falou em nome de Jucá para receber R$ 1 milhão da empreiteira. Um inquérito da Lava Jato sobre Jucá deverá ser aberto em breve.
Procurado, Jucá afirma que os recursos da Andrade Gutierrez recebidos foram destinados a campanhas políticas do PMDB em Roraima e que fazem parte da prestação de contas, aprovadas pela Justiça

Ciro Gomes: "Eduardo Cunha assume a Presidência da República em junho"


Com impeachment, Temer vai abrir assembleia da ONU nos EUA

Em palestra para estudantes da PUC-SP na noite desta quinta-feira (29), o ex-ministro Ciro Gomes lembrou que, em eventual afastamento de Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assumirá a Presidência da República em junho, já que Temer, que será presidente em exercício, viaja para a abertura da Assembleia-Geral da ONU, nos Estados Unidos.
Dirigindo xingamentos contra Temer, Ciro disse que o vice não deixaria de viajar, porque é muito vaidoso. "E Michel Temer, em sua vaidade de safado, não vai deixar... vocês não deviam rir, não, isso é um salafrário dos grandes. Conspirador f*** da p***", afirmou o ex-ministro, sendo aplaudido pelos estudantes. 
Diante do cenário de destituição de Dilma, Ciro, que é pré-candidato do PDT ao Planalto em 2018, afirmou que "a esquerda deve ir para a oposição".
"Nós vamos para a oposição. E a população agora vai sofrer o pão que o diabo amassou porque o consenso desse constitutivo da Dilma se dissolve no dia seguinte que ela perder o mandato. O eleitor frustrado do Aécio não se verá representado; quem está preocupado com a crise econômica, aperte o cinto que a coisa vai piorar muito e na direção do povo mais pobre do Brasil; e quem está preocupado com a decência do Brasil, durma com um barulho desse: o presidente da República que assume em junho é o Eduardo Cunha", lembrou.
Na semana passada, o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, alertou que a Corte Suprema deve se posicionar sobre a possibilidade de Eduardo Cunha assumir a Presidência da República em eventual viagem de Temer. Juristas discutem se o peemedebista não estaria impossibilitado assumir a chefia do governo federal por ser réu no Supremo

Plano de governo de Michel Temer prevê privatizações e concessões


Documento prega transferência "para o setor privado de tudo o que for possível"

Em documento que será apresentado como plano de governo de Michel Temer, em caso de afastamento da presidente Dilma Rousseff, o PMDB prega a transferência "para o setor privado (de) tudo o que for possível emmatéria de infraestrutura", de acordo com informações obtidas pela Folha de S.Paulo.
O trecho sobre privatizações e aumento de concessões integra o capítulo "A Travessia Social" e trata da "regeneração do Estado". De acordo com o documento, o governo precisa estabelecer novo modelo de relações com o setor privado, modificando inclusive a atual lei de concessões.
"É necessário um novo começo nas relações do Estado com as empresas privadas que lhe prestam serviços e que são muito importantes para a economia do país", afirma o plano de Temer.
Plano Temer justifica privatizações a partir de "lições que estamos vivendo" em cenário atual
Plano Temer justifica privatizações a partir de "lições que estamos vivendo" em cenário atual
A partir das "lições que estamos vivendo", o plano Temer afirma que o cenário atual obriga uma "reengenharia das relações com o setor privado" com o objetivo de "reduzir ao máximo as margens para a transgressão e o ilícito".
A corrupção, que "parece ter se tornado endêmica" no país também é argumentado para a defesa das privatizações. Interlocutores de Temer já vinham afirmando que privatizações e concessões atingirão "tudo que for possível em matéria de infraestrutura"

Dilma participa do 1º de Maio e deve anunciar reajuste do Bolsa Família


Presidente e Lula farão discurso no Vale da Anhangabaú, em São Paulo

A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula confirmaram presença na celebração do 1º de Maio, neste domingo, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. A expectativa é que Dilma anuncie reajuste do programa Bolsa Família. O tom do discurso deve ser pela defesa de direitos trabalhistas e do retrocesso dos benefícios para a população, caso Dilma seja afastada e Michel Temer assuma a Presidência da República.
De acordo com a Central Única do Trabalho (CUT), o ex-presidente Lula falará ao público às 13h e a previsão é que Dilma discurse a partir das 14h.
Dilma discursa a partir das 14h deste domingo (1º) e fará defesa de direitos trabalhistas
Dilma discursa a partir das 14h deste domingo (1º) e fará defesa de direitos trabalhistas
Juntos, CUT, CTB, Intersindical, MST, MTST, CMP, e todas as mais de 60 entidades que formam as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo vão denunciar o "golpe" em curso no Brasil, explicar para a sociedade que, se o golpe se consumar todos perderão, especialmente, a classe trabalhadora. “O retrocesso será enorme”, afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Segundo ele, nos últimos dias os jornais vêm divulgando amplamente a agenda conservadora do vice-presidente Michel Temer, que "lidera o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff junto com Eduardo Cunha".
“O projeto do Temer e dos empresários que financiam o golpe é extinguir ou reduzir programas sociais e direitos conquistados com muita luta como carteira assinada. Eles já falaram em acabar com a política de valorização do salário mínimo e fazer reforma na previdência, como querem os patrões (...) Privatizar tudo que for possível”, diz Freitas.

Governo Temer/Cunha já nascerá morto!

A vida de Michel Temer, caso o assalto ao poder se concretize, não será nada fácil: o cenário politico tende a ficar ainda mais inflamável.


Ascom / VPR


O vice-presidente Michel Temer, o Judas, ficou bastante animado com a aprovação do impeachment de Dilma na vergonhosa votação da Câmara Federal. Segundo o noticiário, ele festejou o golpe num jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice, ao lado da primeira-dama "recatada e do lar" - segundo a descrição medieval da 'Veja'. Só faltou a presença de Eduardo Cunha, chefão do "consórcio de bandidos" e líder do atentado à democracia. Agora, o conspirador articula nas sombras para repetir a dose golpista no Senado, que deve votar a admissibilidade no impeachment na primeira quinzena de maio. Mas toda esta alegria pode durar pouco tempo. Caso o golpe seja concretizado, o tempo de permanência de Michel Temer no Palácio do Planalto tende a ser curto e traumático.   


Os sinais desta dificuldade já são visíveis. Antes mesmo da votação na Câmara Federal, o Judas já se apressou para "montar um governo de conciliação nacional". As respostas, porém, não foram muito animadoras. Seu "ministério de notáveis", com a presença de banqueiros e "juristas de renome", deu chabu. Ninguém topou a aventura, temendo o rápido desgaste e o caos no país. No âmbito partidário, as coisas também são complicadas, com a deflagração da briga fratricida entre as siglas fisiológicas - como o DEM, PPS, SD, PSB e outras tranqueiras. Nem sequer o PSDB, que imaginava capitalizar o desfecho golpista, está convencido da viabilidade desta aventura.


As bicadas no ninho tucano

Uma notinha no site da Época neste domingo (24) aponta uma das razões do vacilo tucano. "Sabe por que o PSDB não quer endossar a indicação de ninguém para o Ministério da Fazenda num provável governo Temer? Porque não quer estar associado a medidas impopulares na economia que o próximo ministro terá de tomar se quiser ver o Brasil sair do atoleiro. Simples assim", relata o repórter Murilo Ramos. A resistência, porém, não é apenas pelo medo do forte desgaste. Há também a eterna briga no ninho tucano. É certo que o oportunismo e o fisiologismo podem reverter estas resistências, mas as bicadas no ninho tucano tende a ficar ainda mais sangrentas.

O cambaleante Aécio Neves, presidente da sigla, já anunciou que é contra a ocupação de cargos no futuro governo. Já o senador José Serra, que viu seu sonho presidencial afundar no passado, sonha em ter um posto de relevo na Esplanada dos Ministério, mas é alvo de ataques dos outros tucanos de alta plumagem. Segundo reportagem da Folha, "aliados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, decidiram pregar que PSDB exija o licenciamento de tucanos que integrarem uma eventual gestão capitaneada pelo vice-presidente Michel Temer. O principal alvo da ofensiva é José Serra, que é amigo pessoal do peemedebista e é cotado para um ministério de proa, como Fazenda ou Educação".





A urgência das reformas impopulares

Além do transtorno na montagem do "ministério de notáveis" e dos entraves resultantes para garantir a governabilidade no Congresso Nacional, Michel Temer também terá dores de cabeça para emplacar o projeto dos que incentivaram sua aventura golpista. Os ricos empresários já cobraram a conta. Após enriquecerem no período de bonança da economia, eles agora têm presa em jogar o peso da crise nas costas dos trabalhadores. Entre outros pontos indigestos, a ambiciosa burguesia exige que o governo da "conciliação nacional" eleve o tempo das aposentadorias, flexibilize as leis trabalhistas, elimine a política de valorização do salário mínimo e reduza os gastos públicas - ou seja, que corte programas sociais como o "Bolsa Família" e o "Minha Casa Minha Vida".

Artigo publicado na Folha logo após a votação do impeachment na Câmara Federal, na segunda-feira (18), confirma que "as reformas impopulares são sonho de empresários para governo Temer". A elite não esconde o seu projeto regressivo, numa típica revanche neoliberal. "Os empresários acham que o novo governo terá de acabar com a obrigatoriedade dos gastos fixos em saúde e educação e fazer as reformas da Previdência e das leis trabalhistas... Eles esperam que, em no máximo seis meses, o novo governo apresente suas propostas, mas sabem que haverá uma distância entre o sonho e a realidade". O maior temor é com a explosão da revolta popular, que poderá incluir até setores manipulados pela imprensa - os "midiotas" - que rosnaram pelo "Fora Dilma". Muitos vão lamentar o tiro no pé!

Cunha vai apunhalar Temer?

Por último, vale registrar que o "ético" Michel Temer ainda corre o risco de ser investigado e punido por várias denúncias de corrupção. Matéria recente da insuspeita revista Época, da famiglia Marinho, cita o depoimento de um dos donos da construtora Engevix, preso em setembro passado no bojo da Operação Lava-Jato. O empresário José Antunes Sobrinho afirma ter repassado R$ 1 milhão para o caixa-dois da campanha de Michel Temer em 2014. Este não é o único escândalo envolvendo o falso moralista. Em sua "delação premiada", o senador Delcídio Amaral garantiu que o vice-presidente foi padrinho na indicação de diretores da Petrobras hoje acusados de corrupção. Leo Pinheiro, um dos sócios da OAS, apontou Michel Temer como beneficiário de um pagamento de R$ 5 milhões.

Já o correntista suíço Eduardo Cunha, que seria o vice em exercício do novo governo, está metido em vários escândalos de corrupção - e só não foi cassado e preso até agora devido a estranha morosidade do Supremo Tribunal Federal (STF). Para se safar, o chefe do "consórcio de bandidos" pode até rifar seu aliado em mais uma ação diversionista. No início de abril, Eduardo Cunha encaminhou ofício aos 25 partidos com representação na Câmara Federal solicitando a indicação de deputados para compor a comissão especial destinada a analisar o pedido de impeachment de Michel Temer, atendendo a solicitação do STF. Muitos analistas encararam a medida como um faca no pescoço do Judas.

Estes e outros fatores confirmam que a vida de Michel Temer no Palácio do Planalto, caso o assalto ao poder se concretize, não será nada fácil. Para quem prometia a "volta da estabilidade", o cenário politico tende a ficar ainda mais inflamável. Será que a elite burguesa topa pagar o alto preço do caos social? Nos próximos dias, ela terá algum tempo para refletir sobre estes e outros graves riscos. Já os setores que não admitem o "golpe dos corruptos" e a instalação de um governo ilegítimo terão o seu tempo para reforçar a pressão social. Os próximos dias prometem muita adrenalina e várias surpresas!