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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Sugestão de Dilma para punir o Brasil seria rejeitada pelo Mercosul


Se a punição for adotada, o que só aconteceria se houvesse consenso, teria como consequências desde a suspensão do Brasil da união aduaneira sul-americana até a exclusão do país de acordos de cooperação na região

Reuters

A presidente Dilma Rousseff declarou na última sexta-feira (22), em Nova York, que deve invocar formalmente a cláusula democrática do Mercosul, por causa do processo de impeachment que enfrenta no Congresso. Porém, segundo informa o Globo, terá seu pedido rejeitado. Paraguai e Argentina não apoiam a ideia e não há consenso entre as autoridades uruguaias. A Venezuela seria o único país que defenderia. 

O Palácio do Planalto planeja não reivindicar diretamente a suspensão ou uma moção de apoio a Dilma. A saída seria os venezuelanos tomarem a frente nessa batalha. Se a punição for adotada, o que só aconteceria se houvesse consenso, teria como consequências desde a suspensão do Brasil da união aduaneira sul-americana até a exclusão do país de acordos de cooperação na região. 
Nesta segunda-feira (25), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, estará em Montevidéu, no Uruguai, para um encontro de ministros do Mercosul para celebrar os 25 anos do bloco. O tema impeachment poderá ser tratado nos bastidores. Em 2012, o governo Dilma foi o principal incentivador, com o da ex-presidente argentina Cristina Kirchner, da aplicação da cláusula democrática do Mercosul para suspender o Paraguai do bloco, por considerar inconstitucional e ilegal o impeachment do então presidente Fernando Lugo. O Paraguai não está disposto a apoiar a implementação da mesma cláusula contra um eventual governo de Michel Temer. 
Compartilha desta posição, por diferentes motivos, o governo do presidente da Argentina, Mauricio Macri. A Frente Ampla, que governa o Uruguai desde 2005, está dividida, porém vem posicionando contra a ativação da cláusula. O único que defenderia uma punição ao país, em caso de derrota de Dilma no Senado, seria a Venezuela do presidente Nicolás Maduro. 
O Executivo da Argentina não aderiu à tese do “golpe” contra Dilma e, assim como Paraguai e Uruguai, não está disposto a votar a favor da suspensão do Brasil. Para o presidente venezuelano, o governo petista enfrenta um “golpe da Justiça, da mídia e do Congresso”, “um golpe contra todos os povos da América Latina”

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