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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Reforma da Previdência também ajuda a inquietar policiais pelo Brasil


por jamildo 

Nesta semana que passou, viu-se uma cena inédita. Policiais rodoviários federais invadindo o Congresso Nacional, para protestar contra a reforma da Previdência. Não querem contribuir mais ou trabalhar mais para se aposentar.
Não foi só. A crise na segurança pública, escancarada na semana passada com a paralisação dos policiais militares no Espírito Santo, que chegou a ameaçar se espalhar para outros Estados, adicionou um novo obstáculo para a reforma da Previdência.
Levantamento feito em alguns Estados mostra que os militares são responsáveis por cerca de um terço do rombo das previdências estaduais, mas ficaram de fora da reforma proposta pelo governo.
A ideia era enviar um projeto com novas regras para a aposentadoria dos militares até o fim de março, mas fontes do governo admitem que essa possibilidade está cada vez mais distante, devido ao momento de tensão no setor.
O dilema é engraçado. Se as regras mudarem, muitos policiais vão envelhecer na profissão, com uma espécie de polícia anciã. Se continuar do jeito que está, em breve haverá mais aposentados do que policiais na ativa na folha de pessoal.
Os militares das Forças Armadas já conseguiram escapar, com a ajuda de Raul Jungmann junto a Temer.
Outros efeitos da Reforma da Previdência
Nesta semana que passou, o senador Humberto Costa (PT), líder da Oposição no Senado, voltou a criticar duramente a Reforma da Previdência proposta pelo governo Temer.
Ele disse que os efeitos deverão ser “desastrosos”.
O petista falou com base em projeções negativas apresentadas durante o seminário sobre a PEC 287, a PEC da Previdência, organizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e diversas centrais sindicais.
“As consequências serão as piores possíveis, caso essa reforma seja implementada da forma que foi apresentada no Congresso. Vamos ter uma grande evasão de novos contribuintes da Previdência. Teremos cada vez menos pessoas com acesso ao benefício e para os que conseguirem se aposentar a remuneração será bem menor”, disse Humberto Costa.
Segundo informações apresentadas no seminário do Dieese, com a dificuldade de acesso e com os benefícios reduzidos, o novo governo coloca em risco a própria sobrevivência da Previdência Social e toda a estrutura de proteção social construída a partir da Constituição de 1988.
“A fragilização da instituição se articula com o enfraquecimento das políticas públicas voltadas para a população e favorece o aumento da vulnerabilidade social, da pobreza e das desigualdades no país”, afirma nota divulgada pelo Dieese.
Outro ponto preocupante apresentado durante o seminário do Dieese, destacado pelo senador petista, foi a opção que os trabalhadores jovens podem fazer por não contribuir com a Previdência.
“Os que acabaram de entrar no mercado de trabalho ficarão completamente desestimulados com a Previdência pública e, já estão utilizando o jargão, ‘se não vou usar, porque vou pagar?’”, assinalou.
Humberto Costa ainda disse que para esses jovens receberem o teto precisarão contribuir, ininterruptamente, durante 49 anos.
“Com isso, eles migrarão para as previdências privadas e correremos o risco de ter um completo desmonte da Previdência Social como instituição”.
Ainda este mês, o Dieese lançará uma “jornada nacional” de debates para explicar as consequências da PEC da Reforma da Previdência. O objetivo é levar as discussões a todos os estados no sentido de se contrapor à propaganda do governo e mostrar as consequências negativas da PEC 287.
“É muito importante o engajamento das instituições nesse debate da Reforma da Previdência. Precisamos nos organizar maciçamente se não quisermos perder direitos sociais históricos e ir às ruas para mostrar que somos contra qualquer retrocesso”, disse Humberto Costa.

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