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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Datafolha x Ipsos: Temer fica, 50% x 16%; Temer ótimo+bom, 14% contra 7% . Tem força para a “degola” de direitos?


bbcfolha
Reputação é algo que se constrói por anos a fio e que se demole às vezes em poucos dias.
O que a Folha fez, consigo mesma e com o Datafolha, foi aplicar-se um soco no queixo nesta matéria.
Não me prendo a qualquer aspecto ideológico: o problema é objetivo.
Ao ocultar um dado que contradizia aquele que ela escolheu como manchete, não errou.
Fraudou, porque quis colocar como verdade só aquilo que ela própria sabia que era, senão falso, pelo menos fragilíssimo e esconder o dado que o contradizia.
Tanto que tremeu diante da corajosa acusação de Glenn Grenwald e Erick Dau, no The Intercept, que se materializou quando este blog encontrou os arquivos ocultos.
Agora é outro instituto de pesquisas, e de renome internacional, que expõe a crua verdade.
A pergunta do Ipsos, terceiro maior grupo de pesquisa do mundo, é direta: “Na sua opinião, o que é melhor para o Brasil”, exatamente a mesma que a Folha induz ao público acreditar que seja a sua (veja a ilustração no alto do post).
Mas a resposta é absolutamente inversa. Não é a maioria, é uma pequena minoria quem quer que Temer, simplesmente, continue.
E a BBC ainda “pegou leve” no título, porque as respostas a autorizavam a dizer que só 16% querem que Temer seja o presidente definitivo, até o final de 2018.
16% é completamente diferente de 50%.
Não é novidade que Dilma desgastou-se a um grau inviável para sua simples recondução ao governo.
Mas é igualmente inviável a manutenção de um presidente que só um entre cada seis brasileiros qurem que seja o chefe do país por mais dois anos e meio.
ipsosNão foi o único dado discrepante.
A aprovação de Temer, que o Datafolha diz serem 14% é, para a Ipsos, de apenas 7%.
Veja o quadro do Ipsos ao lado.
89% dos brasileiros consideram que o Brasil está no rumo errado.
E reparem que Temer está, reconhece a mídia, na fase das “bondades”.
Tem legitimidade para tomar, agora nas palavras dele, “medidas impopulares”?
Se 14% já seria pouco, comparável aos cenários de maior desgaste de Dilma, 7% é coisa alguma.
O conservadorismo brasileiro – e o capital estrangeiro que nos espreita de boca aberta – deveriam refletir sobre isso.
As chances de que ações traumáticas promovidas por um governo que está assim já “não fazendo marola” nos atirarem num processo político convulsivo são imensas.
Não é delírio o que escreveu a experiente Eleonora de Lucena, hoje, na própria Folha: “não vai ser um passeio a retirada de direitos e de perspectiva de futuro.”
E isso não se resolverá fazendo sumir algumas páginas de questionários de pesquisas

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