Fernando Antonio Guimarães Hourneaux de Moura comparece à CPI da Petrobras em Curitiba
Fernando Antonio Guimarães Hourneaux de Moura, em depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba(Vagner Rosario/VEJA)
Mais novo delator da Lava Jato, o lobista e operador de propinas do PT Fernando Moura disse em depoimentos de delação premiada que os petistas consideravam “aceitável” receber dinheiro por meios ilícitos para financiar a legenda. Aos procuradores do Ministério Público, Moura detalhou a atuação dele em parceria com o ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, responsável pelo loteamento de cargos no início do primeiro mandato do ex-presidente Lula. O operador disse ainda que após não conseguir trabalhar com José Dirceu na Casa Civil, recebeu a missão de “ajudar em nível de governo”.Já durante as eleições de 2002, que levaram Lula ao poder, Fernando Moura disse ter conhecido Licínio de Oliveira Machado, sócio da Etesco Construções e Comércio. O executivo apresentou a ele o nome de Renato Duque, posteriormente indicado por Dirceu e Silvio Pereira para a diretoria de Serviços da Petrobras. Moura revelou que a partir da entrada de Duque na cúpula da estatal, houve indícios de que um esquema de desvio de dinheiro de contratos estava a pleno vapor. “Tão logo confirmada a indicação de Duque, Licínio agradeceu o esforço do declarante e acertou que a Etesco lhe pagaria 10.000 dólares mensais como recompensa pela ajuda na nomeação de Renato Duque”, disse em um trecho da delação. Segundo a versão do delator, depois da nomeação de Duque, o contrato da Etesco com a Petrobras “se multiplicou”.“A Etesco, que era uma empresa de pequeno/médio porte do Butantã, sediada perto do diretório regional do Partido dos Trabalhadores, passou repentinamente a figurar como player entre as gigantes da construção civil”, relatou ele. Como a fraude e incapacidade técnica da empreiteira eram evidentes, a Etesco passou a negociar a cessão de contratos a outras companhias