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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Troca de ministro da Fazenda derruba bolsas e agrada PT

Wilson Dias/Agência Brasil
Escolha de Nelson Barbosa provocou reações negativas no mercado e positivas no PT
A escolha da presidente Dilma Rousseff do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para substituir Joaquim Levy no ministério da Fazenda provocou duas reações: a queda vertiginosa do Ibovespa, que fechou esta sexta-feira (18) com uma contração de 3% na semana, o menor nível desde abril de 2009, e a comemoração no PT que defende o afrouxamento no ajuste fiscal. As notícias veiculadas desde cedo com as críticas de Levy ao governo e sua substituição por Barbosa derrubaram o mercado e as bolsas fecharam abaixo dos 44 mil pontos. Já no PT houve comemoração.

O mercado considera Barbosa é um economista heterodoxo, que admite flexibilizar o ajuste fiscal e até trabalhar com um orçamento sem previsão de superávit, a economia anual na execução orçamentária para o pagamento do serviço da dívida. Estas características, opostas às de Levy, provocaram uma ligeira alta na cotação do dólar de 1,48% (R$ 3.9456 na compra e R$ 3.9468 para venda). Outra consequência foi a forte baixa dos recibos de ações (ADRs) brasileiros negociados na Bolsa de Nova York, que reflete o mau humor dos investidores com a substituição de Levy. O índice ADRs Brazil Titans, que reúne os 20 papéis brasileiros mais negociados em Nova York, fechou em baixa de 3,87%.
Já o líder do governo na comissão de Orçamento, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), comemorou a troca do ministro da Fazenda por Barbosa. Segundo ele, foi uma decisão acertada da presidente Dilma Rousseff e que deve acabar com as divergências sobre a gestão fiscal. Pimenta foi o principal defensor da redução do superávit de 0,7% do PIB, como queria Levy, para 0,5% do produto como ficou aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2016.  “Barbosa na Fazenda é a pessoa certa, na hora certa para enfrentar a crise com uma visão desenvolvimentista”, disse Pimenta.
A troca do ministro da Fazenda era uma das principais bandeiras dos movimentos sociais ligados ao governo, ao PT e aos partidos de esquerda que apoiam a gestão Dilma Rousseff. Nas manifestações desta semana contra o impeachment da presidente, grupos ligados ao MST defenderam a saída de Levy. Aliás, o ex-ministro foi criticado duramente por deputados e senadores petistas e do PC do B contra um ajuste fiscal rigoroso.
O ministro chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão assumiu o lugar de Nelson Barbosa no comando do Ministério do Planejamento.

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