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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

A retomada “cauda de cavalo”: a economia “cresce” para baixo e PIB cai 0,8%


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O resultado negativo do PIB, como já se comentou aqui, não é o retrato apenas do desastre que passou.
É o sinal de que a ladeira está muito longe do fim.
Não é apenas uma queda de 0,8% em três meses (julho-agosto-setembro).
É -2,9% se comparado ao terceiro trimestre de 2015, quando o desastre Levy tomou força e irreversibilidade (era, então, o tempo em que se previra que, com o arrocho iniciado em janeiro ia “dar frutos”, cujo sabor bem sentimos).
Significa o sepultamento estatístico da tal recuperação econômica, que tinha levado até a uma tímida retomada nos investimentos, registrada nas taxas de Formação Bruta de Capital Fixo, que haviam subido 0,5% na mensuração do PIB do segundo trimestre (o do impeachment e do “agora vai” do mercado) e agora caíram 3,1%.
Folha, sem dar o braço a torcer, registra hoje:
O terceiro trimestre foi marcado pela alta da confiança de empresários e investidores com a mudança da política econômica. Embora ainda abaixo da média, a confiança passou a subir rapidamente e encorajou expectativas de que os investimentos e o consumo voltariam.
O resultado dos investimentos no segundo trimestre ajudou a alimentar as expectativas mais otimistas. Após trimestres seguidos no vermelho, os investimentos voltaram ao campo positivo. No terceiro trimestre, porém, o número voltou a cair 3,1%.
A razão da melhora da confiança eram as perspectivas de que o governo Michel Temer (ainda interino) conseguiria reverter os efeitos da crise política e econômica e conduziria reformas que controlariam a evolução insustentável dos gastos do governo.
O PIB do quarto trimestre será a missa de sétimo dia desta “retomada” que não houve.
Não houve porque não poderia haver com uma política contracionista alucinada, que ainda nos primeiros meses de 2015, a gente já mostrava que não poderia dar certo.
Mesmo que se registre zero, será zero sobre a terra arrasada do final do ano que vem. Pessoalmente, acho que zero será muito.
A percepção pública disto, embora esteja atenuada pela queda dos índices de inflação – que o senhor Levy, em nome dos mesmo déficit público faz disparar, com a insânia de reajustar os preços administrados – , começa a ocorrer dentro de um quadro de instabilidade política como o que marcou o breve segundo governo Dilma.
Não é que se inicie uma tragédia, porque ela começou faz tempo.
Significa que ela está se aproximando de seu auge dramático – e Trump vem aí – e, por consequência, de seu desfecho.

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