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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Natal em tempos de crise, o que fazer com o 13º salário?

"Bem, ao que parece, neste final do ano as opções serão bem mais restritas para boa parte dos brasileiros"
Chega essa época do ano e os economistas são sempre convidados a responder “o que fazer com o 13º salário?”. E sempre se colocam várias opções: Trocar de carro? Reformar a casa? Renovar o guarda-roupa? Comprar presentes? Investir no mercado financeiro? Pagar dívidas? Guardar para as despesas do próximo ano, principalmente aquelas que chegam logo após virada (matrícula e material escolar, IPTU, IPVA, etc.)?

Bem, ao que parece, neste final do ano as opções serão bem mais restritas para boa parte dos brasileiros. Quatro em cada dez brasileiros estão com dívidas ativas, segundo o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Há, segundo pesquisa do SPC/Serasa, 57,2 milhões de inadimplentes. A atual crise econômica com seus efeitos mais perversos (aumento do desemprego e da inflação) e a facilidade no acesso ao crédito nos últimos anos provocaram o aumento do endividamento das famílias. Usando os dados da PME (Pesquisa Mensal de Empregos) publicados pelo IBGE, entre 2011 e 2015, o rendimento médio do trabalhador apresentou crescimento real de 7,0%, ou seja, já descontados os efeitos da inflação. 

Porém, neste mesmo período, o indicador de endividamento do Serasa, que mede o fluxo mensal de anotações de dívidas em atraso junto aos bancos, às financeiras, cartões de crédito e empresas não financeiras e a quantidade de cheques devolvidos, aumentou 32,6%. Isso significa que, apostando em dias cada vez melhores, as pessoas contraíram dívidas no passado recente, que o atual panorama da economia está tornando cada vez mais difíceis de pagar.

Há que se considerar também que, a partir de janeiro, o reajuste do Salário Mínimo provocará um aumento significativo nos custos das empresas. Mesmo diante do desaquecimento da economia, será inevitável que as empresas repassem, ao menos parte desse aumento dos custos, para os preços finais dos seus bens e serviços. 

Para piorar um pouco mais a situação, há previsão de aumento entre 10% e 15% nas contas de energia elétrica e ainda, a possibilidade do aumento dos impostos sobre os combustíveis para ajudar no ajuste fiscal. Falando em impostos, os estados, os municípios e, principalmente a União (que abusou da irresponsabilidade fiscal, principalmente no ano eleitoral) já promoveram, ou irão promover, elevação da carga tributária, pressionando ainda mais os orçamentos das famílias.

Assim, para a famosa pergunta sobre “o que fazer com 13º salário ?”, considerando a crise econômica e o cenário para 2016, salvaram-se apenas as duas últimas opções: para os que ainda não estão inadimplentes, recomenda-se guardar para conseguir pagar as despesas do próximo ano; já para os demais, a recomendação é usar o 13º salário para pagar as dívidas já. E neste último caso, deve-se começar pelas dívidas com as maiores taxas de juros: cartão de crédito e cheque especial.
Com isso, após o iniciarmos a década com o Natal dos presentes, passamos para o Natal das lembrancinhas e dos amigos secretos, e, agora em 2015, teremos o Natal das mensagens do WhatsApp

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