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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

CUNHA;E O IMPEACHMENT QUE VAI LHE CUSTAR A CABEÇA


Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo
O espírito de vingança, que incentivou Eduardo Cunha a abrir o processo de impeachment, agora ameaça se voltar contra ele. Deputados que se sentiram esnobados durante o reinado do correntista suíço agora indicam que votarão a favor da cassação de seu mandato.
Os sinais de abandono se acumulam. Em conversas reservadas, antigos aliados de Cunha dizem que até gostariam de ajudá-lo, mas sabe como é, não têm como resistir à pressão dos eleitores e da imprensa local.
Alguns deixam escapar que se sentiram maltratados ou deixados de lado quando o ex-presidente da Câmara despontava como o político mais poderoso de Brasília. A votação marcada para a próxima segunda pode ser o encontro do pescoço de Cunha com o bumerangue.
Alvo de apelos nos últimos dias, deputados que integraram a tropa de choque do peemedebista agora dizem que ele é o único culpado pela própria desgraça. Eles listam uma série de erros que isolaram Cunha e dinamitaram pontes a seu redor.
Os exemplos são muitos. Com seu estilo desafiador, o correntista suíço declarou guerra ao governo petista, comprou briga com o Ministério Público e constrangeu ao menos dois ministros do Supremo.
Sentindo-se invencível na Câmara, ele montou a CPI da Petrobras e compareceu voluntariamente para depor. Lá, falou demais e forneceu base jurídica para a cassação, ao negar a posse de contas no exterior.
Nos últimos dias, Cunha procurou dezenas de deputados para pedir clemência. Ele acreditava que seria salvo por causa do grande número de aliados que já contaram com seu apoio para financiar campanhas e outras despesas particulares.
A receptividade não foi a esperada. Nas palavras de um parlamentar, Cunha já obteve o que queria ao virar presidente da Câmara. Agora que não tem mais nada a oferecer, ele perdeu a força para exigir sacrifícios em seu nome. Como se vê, o bumerangue está bem afiado

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