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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Efeito Cunha oferece maior risco à reforma da Previdência

Temer acelera ação legislativa para buscar blindagem política

KENNEDY ALENCAR
A estratégia do presidente Michel Temer de acelerar a articulação política deverá funcionar em relação à PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que cria um teto para limitar o crescimento dos gastos públicos. Essa estratégia busca evitar eventual paralisia do governo por causa do efeito Eduardo Cunha.
No entanto, no que se refere à reforma da Previdência, há um risco de maior dificuldade, porque a proposta ainda sairá do papel. Tema espinhoso, ela mexe com as regras para aposentadorias.
Houve um reforço ontem da articulação política para votar na Câmara, na semana que vem, a proposta que desobriga a Petrobras de ser a operadora única dos campos de petróleo do pré-sal e também a PEC do Teto, que precisa ser apreciada em segundo turno antes de ser enviada ao Senado. Essas duas propostas, portanto, têm um caminho razoavelmente pavimentado.
O governo deverá enfrentar problemas em relação à reforma da Previdência porque ela tem um longo percurso. Além de sair do papel, será preciso ver quais regras serão adotadas, se mais duras ou mais suaves do que as cogitadas até agora. No melhor cenário, seria aprovada no primeiro semestre do ano que vem.
Além do risco Cunha, que está preso em Curitiba, haverá as revelações de delações da Odebrecht. Essas colaborações afetarão políticos do PMDB e do PSDB, que são os dois principais partidos de apoio do governo. A pressão das revelações da Lava Jato deixará apenas um caminho para o governo Temer e os parlamentares atingidos: votar medidas com celeridade para tentar resolver ou amenizar a crise econômica.
Essa seria a melhor chance de Temer obter alguma blindagem política. Mas a eficiência dessa blindagem dependerá do que será tornado público ou não por Eduardo Cunha e pelos executivos de empresas investigadas pela Lava Jato. Incerteza política sempre é ruim para a economia

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