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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Impeachment brando para Dilma: pegou mal


Carlos Brickmann
O presidente da República falou grosso contra o impeachment brando de Dilma, disse que quem está no Governo tem de votar com o Governo. Em seguida, viajou com um dos articuladores da traição, Renan Calheiros, e na chegada à China já dizia coisas bem mais suaves. Alguns senadores do PMDB garantem que Temer sabia de tudo e tudo aprovou.

É possível: ninguém chega ao comando do PMDB sem jogar o jogo do partido.
O inédito impeachment fatiado até pode ser aprovado pelo Supremo, onde oito dos onze ministros foram nomeados por Lula e Dilma; mas terá maus efeitos, beneficiando políticos que só não foram ainda cassados porque sabem se equilibrar, como Eduardo Cunha, ou utilizam seu prestígio para convencer aqueles dispostos a ser convencidos, como Renan Calheiros. Se Cunha for cassado sem perder os direitos políticos, será eleito em seguida, e poderá dizer que voltou nos braços do povo, que o absolveu. Se for punido pela via branda, ficará mais forte do que hoje. No caso, é melhor esquecer problemas passados e mergulhar juntos na geleia geral.
O julgamento de Cunha está previsto para 12 de setembro. Ele tem cartas suficientes para conseguir um adiamento. Só que em seguida os parlamentares saem de férias para ajudar candidatos a prefeito e vereador, há eleições, negociações, festas de fim de ano e outro recesso. Para Cunha, ótimo: ele mantém o mandato até 2017. Se o método-Dilma pegar, ainda ganha um cargo público, dentro da lei, para reforçar sua posição eleitoral

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