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terça-feira, 21 de junho de 2016

Comandante da PM responsável por área do Souza Aguiar é exonerado


Batalhão é responsável por área de hospital onde traficante foi resgatado.
Comandante geral determinou revisão protocolos relacionados a custódias.

Do G1 Rio

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Edson Duarte exonerou no fim da tarde desta terça-feira (21), o comandante do 5º BPM (Praça da Harmonia), tenente-coronel Wagner Guerci Nunes. O batalhão é responsável pelo policiamento da área onde fica o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, de onde o traficante Fat Family foi resgatado na madrugada do domingo (20). O subcomandante e o chefe de operações do Comando Regional da área também foram exonerados.
O comandante também determinou a revisão de todos os protocolos relacionados a custódia de presos em hospitais.
tiroteiro no hospital souza aguiar (Foto: Infografia G1)tiroteiro no hospital souza aguiar (Foto: Infografia G1)
Também nesta terça, a Vara de Execuções Penais (VEP) da Justiça do Rio determinou que 15 presos custodiados no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, sejam transferidos para presídios federais fora do estado.
A decisão ocorre após uma suposta festa ter sido realizada na cadeia para comemorar a ação de criminosos no domingo (19) para resgatar o traficante Fat Family do Hospital Souza Aguiar, onde ele estava internado sob custódia.
'A gente não está omisso', diz Beltrame
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, se mostrou indignado com o episódio da invasão e disse que vai ser instaurado um inquérito para apurar os procedimentos feitos no hospital.
O secretário disse que está sendoinvestigada a atuação dos policiais militares que faziam a custódia de Nicolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family.
Cinco agentes por turno faziam a guarda do traficante e foram rendidos por cerca de 20 criminosos.
O secretário comentou ainda sobre a necessidade de um hospital penitenciário e sobre a atuação da polícia no episódio da fuga de um traficante do hospital. Beltrame disse estar em contato com o departamento penitenciário federal para dar uma resposta à sociedade.
"A gente não está omisso, nem vai ser omisso. Estamos desde ontem buscando providências pra minimizar um fato tão grave como o que aconteceu ontem", afirmou Beltrame.
O resgate
Baleado na cabeça e preso na segunda-feira (13), Fat Family estava sob custódia no Hospital Souza Aguiar até domingo. Mais de 20 homens armados invadiram a unidade de saúde na madrugada, renderam funcionários e conseguiram fugir.
Na fuga, houve tiroteio com um PM que chegava levando um amigo para ser atendido. Os dois foram baleados. O policial ficou ferido e o vigiliante da SuperVia Ronaldo Luiz Marriel de Souza morreu – o enterro foi na segunda (20). Um técnico de enfermagem também foi ferido na ação e está internado, em estado grave.
Um áudio divulgado no Jornal Nacional revela o pânico vivido por funcionários do Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, durante a a invasão de mais de 20 criminosos para resgatar um traficante, no domingo (20). A médica diz que foi preciso se esconder e que nunca viu tanta violência.
"Teve granada, metralhadora, muito tiro e a gente ficou impossibilitado de sair. Fiquei tão amedrontada que eu fiquei debaixo da maca. Nunca presenciei tamanha violência, tamanho terror. Muito medo", relatou a médica, que não teve a identidade revelada, por segurança.
Polícia sabia de plano
A polícia informou que tinha conhecimento do plano para invadir o hospital e resgatar Fat Famili, que comanda o tráfico de drogas no Santo Amaro, comunidade na Zona Sul do Rio. É o que mostra um relatório feito trinta horas antes do ataque. Na noite de sexta-feira (17), a delegacia de combate às drogas pediu reforço. Beltrame disse na segunda-feira que aumentou o policiamento.
O traficante aguardava para ser operado no Souza Aguiar já que os hospitais penitenciários não realizam cirurgias. A Secretaria Municipal de Saúde informou que, no dia 15 de junho, a direção da unidade pediu ao hospital penitenciário a remoção do paciente, mas a unidade respondeu que não podia recebê-lo. Afirma ainda que em nenhum momento o hospital recebeu solicitação da PM para transferir o paciente, que tinha quadro estável e sem restrições para ser removido

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