Festas juninas no Brasil: origem tradição e costumes

UM DOS GRANDES ERROS DA IGREJA CATOLICA FOI A ADPTAÇÃO DOS CUSTUMES PAGÃOS 

Como surgiram, quais os costumes que as caracterizam e como os brasileiros transformaram a data em uma das favoritas em todo o país

A quadrilha é uma tradição trazida da França (Foto: Wikipedia)

A tradição das festas juninas, uma das comemorações mais queridas dos brasileiros, data da época da colonização do Brasil, quando os europeus trouxeram seus costumes para a colônia.

Originalmente uma festa pagã para celebrar a fertilidade, boas colheitas e o solstício do verão, a celebração foi cristianizada na Idade Média e batizada de “Festa de São João”, em homenagem a João Batista, que batizava os fiéis, introduzindo-os aos desígnios de Jesus Cristo, seu primo.

As festas juninas se enraizaram no Nordeste e hoje celebram a cultura caipira

Hoje, as festas juninas, comemoradas tanto no Brasil como em alguns países católicos da Europa, como Portugal, França, Irlanda, os países nórdicos e do Leste europeu, homenageiam três santos católicos: Santo Antônio, no dia 13 de junho, São João Batista, no dia 24 e São Pedro, no dia 29.

Com o passar dos anos, os índios – que, antes mesmo de os portugueses chegarem ao Brasil, também tinham rituais no mês de junho e o costume de festejar a agricultura desta época do ano – e os negros incorporaram seus próprios costumes às festas de São João. Em meados do século XX, as festas já celebravam o estilo de vida caipira, já que 70% da população da época vivia no campo.

As festas juninas se tornaram populares ao redor do país, mas suas raízes se fincaram mais profundamente no Nordeste. Hoje, é lá que acontecem as maiores celebrações, com destaque para as cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB), que disputam, todos os anos, o título de maior festa junina do Brasil. Nesta época do ano, o turismo nos estados nordestinos cresce de forma notável, atraindo turistas brasileiros e estrangeiros. 

Em Caruaru, mais de 300 atrações musicais se apresentam ao público nos palcos oficiais, gratuitamente. Desde 1989, as quadrilhas se apresentam de forma muito parecida com os blocos de carnaval da Bahia, com fantasias e coreografias elaboradas, seguindo um trio elétrico.

Na cidade de Campina Grande, a fogueira cenográfica de 18 metros de altura tem destaque, assim como a programação alternativa de quadrilha, trios de forró pé de serra, grupos folclóricos e o Expresso Forrozeiro, um trem que viaja entre Galante e Estação Velha, com músicas regionais diferentes em cada um dos vagões.

COSTUMES E TRADIÇÕES

No Brasil, o dia 24 de junho marca o início do inverno. Mesmo assim, alguns costumes do Hemisfério Norte ainda se mantêm vivos nas celebrações juninas, como os casamentos encenados – em alguns países, porém, alguns casais aproveitam a data e o clima de comemoração para oficiar uniões reais.  

O milho é um dos principais ingredientes dos pratos típicos

As tradicionais quadrilhas vêm das danças marcadas da França, um costume típico dos século XVII. Atradição de soltar fogos de artifício veio da China, região onde a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos teria se originado. A dança de fitas é um costume comum em Portugal e na Espanha.

Já sob a influência do catolicismo, surgiram as simpatias, que levam pedidos aos santos padroeiros da época, como os pedidos de casamento a Santo Antônio. Os balões levam pedidos dos devotos para São João, mas este costume está proibido por lei desde 1998, para evitar incêndios.

A comida típica tem base no milho, que é colhido nesta época do ano. Pratos como pipoca, pamonha, bolo de fubá, milho cozido, entre outros fazem grande sucesso. Grãos e raízes, como mandioca, amendoim e batata-doce também fazem parte da culinária junina. As comidas típicas são um grande atrativo para os foliões, que muitas vezes enfrentam o frio para desfrutar das iguarias.

Seja para celebrar a prosperidade, para comemorar os dias santos da Igreja Católica, para provar dos pratos típicos ou apenas festejar entre amigos e família, as festas juninas são um costume querido do povo brasileiro. Prova disso é a invenção, nos últimos anos, das festas julinas, agostinas e até mesmo setembrinas, quando foliões esticam as celebrações ao longo dos meses para aproveitar as festas um pouco mais.