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quarta-feira, 22 de junho de 2016

Sílvio Costa: PSB não consegue explicar a turbulência


Por Silvio Costa*
O PSB é um partido ingrato. Os governos socialistas, em Pernambuco, receberam inigualável apoio dos governos Lula e Dilma. Todos os grandes investimentos que ocorreram em Pernambuco vieram graças a Lula e Dilma. Em troca, os socialistas pagaram com a ingratidão. Seguindo as orientações do governador Paulo Câmara e do prefeito Geraldo Júlio, ambos do PSB, 19 dos 25 deputados da bancada de Pernambuco votaram a favor do impeachment da presidente Dilma na Câmara Federal.
Lembro que Paulo Câmara e Geraldo Júlio trabalharam pesado para que o PSB fechasse questão a favor do impeachment. Recordo-me que a maioria esmagadora dos deputados federais do PSB disseram que estavam votando contra a presidente Dilma porque precisavam restaurar a ética no Brasil. Eles foram profundamente cruéis com uma mulher digna, que lutou pela democracia, não cometeu nenhum crime e foi eleita por 54 milhões de brasileiros.
Os socialistas foram tão cruéis que, se o Senado eventualmente ratificar a decisão da Câmara, a presidente Dilma ficará inelegível por oito anos.
Desde ontem, terça-feira (21), acompanho a "Operação Turbulência", um dos braços da Lava Jato que está sendo realizada em Pernambuco e esperei ansioso um esclarecimento do PSB. Mas, lamentavelmente, este partido está fugindo do debate, em um nítido desrespeito ao povo pernambucano e aos brasileiros. A "Operação Turbulência", um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil, não pode ficar sem esclarecimentos do Partido Socialista Brasileiro.
Não acho razoável que os principais atores do PSB deem como resposta a falácia de que confiam na idoneidade do ex-governador Eduardo Campos que, lamentavelmente, não está mais aqui para se defender. É preciso que a Executiva do PSB, o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Júlio respondam duas questões básicas: Por que o governador estava andando em um avião que foi pago por uma peixaria? Por que 14 pequenas empresas de Pernambuco movimentaram R$ 600 milhões?
Lembro que, na campanha de 2014, durante uma coletiva de imprensa, o então candidato ao governo Armando Monteiro Neto levantou para debate o tema do avião e o PSB utilizou as redes sociais para ridicularizar a entrevista do senador. Os socialistas fizeram, inclusive, vários "memes" e veicularam nas redes sociais. Disseram até que "a montanha tinha parido um rato".
Hoje, graças ao trabalho sério e eficiente da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, os pernambucanos e os brasileiros estão tomando conhecimento de que "a montanha pariu muitos ratos". Como deputado federal de Pernambuco não compreendo a explicação insuficiente que consta da nota do PSB.
É preciso que Paulo Câmara e Geraldo Júlio deem explicações mais convincentes, até porque outras operações estão em curso em Pernambuco, como por exemplo a Fair-Play, que apura os custos da Arena Pernambuco, projeto do qual o prefeito Geraldo Julio foi o presidente do Comitê Gestor da Parceria Público-Privada com a Odebrecht e o atual governador Paulo Câmara era o vice-presidente.
Não podemos construir em nosso Estado a prática da ética da malandragem

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