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domingo, 19 de junho de 2016

Estado Islâmico cria canal em português em aplicativo de celular


Para a Agência Brasileira de Inteligência, a criação do grupo amplia o trabalho de enfrentamento ao terrorismo no país


Estado Islâmico cria canal em português em aplicativo de celular
O objetivo do grupo criado em aplicativo para celular é arregimentar brasileiros para a causa jihadista, diz a Abin (Foto: Pixabay)

Nesta quinta-feira, 16, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) confirmou a criação de um grupo de troca de mensagens em português, no aplicativo de mensagens instantâneas Telegram, por pessoas ligadas ao Estado Islâmico. Em nota, o órgão afirmou que o grupo, nomeado Nashir Português e voltado à divulgação de doutrinação extremista, “amplia a complexidade do trabalho de enfrentamento ao terrorismo e representa facilidade adicional à radicalização de cidadãos brasileiros”.
O objetivo do grupo é arregimentar brasileiros para a causa jihadista. As mensagens têm um discurso de Abu Muhammad al-Adnani, porta-voz do Estado Islâmico, de acordo com informações de uma fonte da área de segurança. Os integrantes do grupo já estariam sendo monitorados pela Abin.
A agência americana de monitoramento de terrorismo SITE Intelligence Group afirma que o grupo Nashir Português foi criado em 29 de maio, por meio de anúncios nas redes sociais de que estaria à procura de simpatizantes que falassem português, para a tradução de seu material de propaganda.
Durante uma reunião sobre a segurança na Olimpíada do Rio, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que o assunto não foi discutido com representantes do Ministério da Defesa e com o superintendente-geral da Abin, Frank Oliveira. Na mesma reunião, foi decidido que 15 mil integrantes das Forças Armadas vão reforçar a segurança em vias expressas, terminais rodoviários, aeroportos e no bairro de Deodoro.
Para o pesquisador em assuntos estratégicos da Universidade Federal de Juiz de Fora, Expedito Carlos Stephani Bastos, o Brasil não é um alvo natural, mas a realização dos Jogos Olímpicos na cidade é um atrativo para a propaganda do Isis e da Al-Qaeda. Ele diz que não é possível prever se vai acontecer algo durante os Jogos, mas que “devemos estar capacitados para evitar qualquer tentativa”. Ele completa dizendo ter dúvidas sobre a preparação da Abin, citando a falta de comunicação entre os serviços de inteligência das Forças Armadas e das polícias Federal, Militar e Civil.

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